Projeto vai incentivar aumento da produção leiteira no Amapá durante a 51ª Expofeira

Concebido em nível nacional pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Unidade Sudeste, o Projeto Balde Cheio visa desenvolver a cadeia produtiva do leite a pasto no país. Na prática, a iniciativa funciona através da transferência de tecnologia – aos produtores do segmento leiteiro – desenvolvida por pesquisadores da Embrapa para melhorar a qualidade do produto.

De acordo com consultor do ramo da pecuária leiteira, Helson Leite, a importância do Balde Cheio para o estado está na baixa produtividade amapaense. Ele lembrou que segundo o IBGE, o Amapá só produz 10% que é consumido no Estado – o restante, 90%, é importado de outras unidades da federação ou é exportado.

Segundo o consultor, os baldes de ordenha dos pecuaristas amapaenses estão secos porque eles não dispõem de metodologia tecnológica para o aumento e a sustentabilidade da produção. Além disso não há uma destinação local para o produto, como uma fabricante de derivados (queijo e iogurte, entre outros). "Por isso não há estímulo para a produção em alta escala", reforçou Helson Leite.

O Balde Cheio será implantado em parceria com o Sebrae Amapá. "A nossa proposta é criar uma unidade demonstrativa dentro da Expofeira, para apresentar o programa e as tecnologias que ele permite", informou o gestor de projetos do Sebrae, Isaac Andrade de Oliveira.

Para isto, ele informou que a instituição, com o apoio da empresa Laticínios 3 Amores, parceira do programa, organiza uma programação com aulas técnicas e palestras direcionadas a 20 pecuaristas leiteiros de todo o Estado, que conhecerão as metodologias do Balde Cheio. As instruções teóricas serão aplicadas no Pavilhão de Negócios.
Ao final do lançamento do projeto na Expofeira, os participantes receberão um kit com ferramentas necessárias para implementar as técnicas do Balde Cheio nas suas propriedades.
A 51ª Expofeira, que ocorre de 30 de outubro a 8 de novembro, no Parque de Exposições da Fazendinha, é realizada pelo Governo do Amapá, em parceria com o Sebrae.

Tecnologia
As tecnologias desenvolvidas pela Embrapa Sudeste para o melhoramento da cadeia da pecuária leiteira são dedicadas à produção extensiva – aquela que consiste na criação e alimentação dos animais em pastos.

Além do aspecto econômico – proporcionado pelo aumento da produção e melhor qualidade – o programa também possibilita benefícios ambientais, com a renovação do pasto, e sociais, com a futura geração de mais empregos e renda.

Os pesquisadores desenvolveram técnicas que permitem melhorar a qualidade do leite ordenhado mediante da organização alimentar do animal. Para isto, é necessário o manejo adequado do pasto, que permite ao produtor alcançar a sustentabilidade da sua propriedade.

Desta forma, são cultivados capins de determinadas variedades, cujas espécies são cuidadosamente separadas em um sistema de piquetes – quadrantes demarcados na propriedade. A fertilidade do solo também é observada. A partir deste arranjo, a rotina de alimentação do animal é readequada, ele passa a comer os diferentes capins com uma rotatividade definida.

Enquanto algumas espécies crescem novamente, outras estão prontas para o consumo. O ciclo das diferentes espécies vai garantir a sustentabilidade do pasto, sem a degradação do consumo desenfreado.

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