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Dia da Visibilidade Trans: conheça a história de Beyonce Knowlles

Filha de agricultores da comunidade do Carvão, em Mazagão, a jovem de 26 anos sonha em construir uma organização social.

Por Alice Valena
29/01/2021 20h00

Beyonce, que também é conselheira Estadual dos Direitos LGBT no Amapá, faz parte de ações sociais que organiza.

Filha da Dona Eliza e do Seu Sebastião, mazaganense, aos cinco anos percebeu que era diferente dos outros meninos e hoje, aos 26, é Beyonce Knowlles Tavares, uma mulher trans, cheia de orgulho da sua trajetória.

Ela não sabia ao certo o que ocorria no seu mundo particular, mas queria estar ali com as outras meninas, participando de atividades que não pertenciam ao “tal universo masculino”.

Segundo a jovem, o atrativo pelo universo artístico da escola já ficou bem nítido para ela, que queria poder dançar e cantar, sem nunca largar os estudos. Se inspirava nos cantores da terra, e nas cantoras Joelma e, é claro, a norte-americana Beyoncé.

Como todas as outras histórias que conhecemos de homens e mulheres trans, o preconceito e a intolerância estavam sempre presentes. Mas ela tinha seu jeito único de reagir – ou não.

“Eu nunca brigava. Meu silêncio com as minhas boas atitudes e, depois, com meu trabalho, sempre foram minhas respostas para qualquer tipo de agressão", diz.

Preconceito e bullying que ela não encontrava em casa, contrariando vários casos de pessoas trans que encontram no lar as primeiras barreiras para a aceitação familiar e social, convivendo com a intolerância e resistência de baixo do seu próprio teto, com as pessoas que deveriam, teoricamente, estar mais próximos: pai e mãe.

Os pais, agricultores e analfabetos, e mais nove irmãos, já entendiam que precisavam estar ao lado de Beyoncé e assim foi desde sempre.

“Tive muita sorte, pois meus pais, mesmo sendo pessoas muito humildes, nunca me abandonaram ou maltrataram, ao contrário de muitos que se dizem estudados", destaca.

Beyonce, que também é conselheira Estadual dos Direitos LGBT no Amapá, faz parte de ações sociais que organiza e tem como sonho um dia poder ter uma entidade em que possa ajudar as pessoas. Ano passado arrecadou mais de quinhentas cestas básicas para ajudar pessoas do município de Mazagão, principalmente à sua comunidade do Carvão.

“Já passei fome, trabalhei na roça e usei roupas dos outros. Por isso, ajudando as pessoas é que eu me sinto muito feliz e realizada. Poder dar um pouco de mim a tantas pessoas necessitadas", frisa.

Questionada se tem um sonho, Beyonce diz que que sua maior realização é montar uma ONG no município de Mazagão onde possa ter uma estrutura melhor para ajudar as comunidades carentes.

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