Creap oferta terapia para pacientes com sequelas respiratórias da covid-19
Exercícios são fundamentais para melhorar a respiração, parâmetros de frequência cardíaca, falta de ar e, principalmente, a saturação, que é o nível de oxigênio do sangue.
Nas sessões de fisioterapia são prescritos exercícios globais com o auxílio de aparelhos como esteira elétrica, bicicleta ergométrica e pesos para treinar o fortalecimento respiratório.
Para grande parte das pessoas que foram infectadas com a covid-19, os sintomas agudos da doença como a fadiga e a falta de ar desaparecem cerca de duas semanas após o início do quadro da doença, entretanto, para alguns pacientes esses sintomas e sequelas perduram até mesmo por meses, pensando nisso, o Centro de Reabilitação do Amapá (Creap) passou a ofertar desde dezembro o serviço de terapia respiratória.
A fisioterapeuta Fabiane Costa explica que durante a terapia são trabalhados exercícios respiratórios que ajudam na melhora da expansão pulmonar do paciente.
“Ao chegar aqui o paciente passa por uma avaliação em que identificamos qual a queixa principal que ele apresenta, já que sabemos que a fase pós covid-19 pode trazer algumas repercussões, como, por exemplo, a dispneia, que é a falta de ar, dores musculares e articulares, fadiga, problemas cognitivos de memória, dificuldade de realizar atividades regulares, então temos um acompanhamento individualizado que vai sendo modificado a cada sessão”, disse.
Nas sessões de fisioterapia são prescritos exercícios globais com o auxílio de aparelhos como esteira elétrica, bicicleta ergométrica e pesos para treinar o fortalecimento respiratório. Esses exercícios são fundamentais para melhorar a respiração, parâmetros de frequência cardíaca, falta de ar e, principalmente, a saturação, que é o nível de oxigênio do sangue.
“O paciente é monitorado durante todo o atendimento para verificar a evolução e a manutenção saturação. É através dessas informações junto com os parâmetros colhidos na reavaliação que conseguimos ver essa evolução”, ressalta a profissional.
A maior parte dos pacientes que buscam o serviço são pessoas que ficaram internadas no Hospital Universitário (HU), principal referência de atendimento para pacientes com complicações da covid-19 no estado.
Uma dessas pacientes foi a dona de casa Maria Ivete Brazão, de 55 anos, no final do mês de novembro ela precisou ficar internada durante 9 dias no HU após ter 25% de comprometimento pulmonar em virtude da covid-19.
“Quando recebi alta, o médico indicou que eu precisava fazer terapia respiratória e me deu o encaminhamento para o Creap, já que eu sentia cansaço, dor na costa, formigamento e a minha saturação baixava. Em três semanas de atendimento senti uma melhora muito grande, não sinto mais dores ou tonturas e agora a minha saturação fica em 97%, mesmo durante os exercícios”, comemorou a paciente.
Os pacientes também são orientados sobre a continuidade dos exercícios em casa, como forma de complementar o tratamento fora das sessões de fisioterapia, para que obtenham uma melhora expressiva em um período menor de tempo.
A média de permanência dos pacientes no programa varia entre 1 e 2 meses dependendo do quadro de evolução e da recuperação. A fisioterapeuta respiratória já beneficiou 150 pacientes, destes, 35 seguem recebendo acompanhamento no Creap.
O cadastro para receber o atendimento é feito de segunda à sexta-feira, no Creap, que fica localizado na rua Tiradentes, número 1597, e é necessário ter em mãos o encaminhamento médico indicando a necessidade da terapia respiratória, documento de identidade com foto e cartão do SUS.
Além da terapia respiratória, o Creap também oferta o serviço de acompanhamento neurológico para pacientes que tiveram algum comprometimento neurológico também causado pelo novo coronavírus.
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