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Governo do Amapá oferta atendimento odontológico para pacientes internados com covid-19

Serviço é essencial para prevenir infecções nas pessoas hospitalizadas em leitos de UTI.

Por Redação
05/05/2021 16h25

A atenção é necessária porque os pacientes intensivos estão de cinco a dez vezes mais propensos a infecções na cavidade bucal

Os cuidados com a higiene oral fazem parte dos serviços ofertados pelo Governo do Amapá para as pessoas com covid-19 internadas em leitos intensivos da rede estadual de saúde. Entre os procedimentos odontológicos realizados, estão: a remoção de aparelho ortodôntico, controle de infecções, redução de edemas e inflamações, extração de dente, tratamento de lesões orais e qualquer intercorrência que possa agravar o estado de saúde dos hospitalizados. 

A atenção é necessária porque esses pacientes estão de cinco a dez vezes mais propensos a infecções devido à condições sistêmicas, deficiência imunológica e procedimentos invasivos, como é o caso da intubação, que pode gerar como consequência a diminuição da produção de saliva  (hipossalivação), deixando a cavidade bucal mais vulneravel à colonização de diversas bactérias. Além disso, estima-se que o paciente que necessita de respiração artificial possui chances de 7 a 21 vezes maiores de desenvolver pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM), o que pode trazer complicações ao seu quadro de saúde.

A odontóloga Patrícia Isacksson trabalha na UTI do Centro Covid do Hospital Universitário (HU) -  unidade referência em atendimento a pacientes que desenvolvem complicações da covid-19.

A profissional explica que a atuação de um cirurgião dentista nas UTIs é essencial para que a equipe multidisciplinar - composta também por médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeuta - consiga prevenir a disseminação de microrganismos na
cavidade bucal da paciente.

“Não atendemos apenas pacientes intubados, mas todos os pacientes que estão na UTI, já que eles apresentam maior necessidade de acompanhamento da higiene bucal, porque têm uma maior quantidade de biofilme, que são bactérias mais resistentes a antibióticos, do que as pessoas não hospitalizadas, ou seja, estão mais suscetíveis a desenvolver complexidades clínicas”, disse.

Entre as principais complicações está a aspiração dessas bactérias, que podem causar doenças como a pneumonia nosocomial, ou até mesmo chegarem à corrente sanguínea, colonizar o coração e ocasionar doenças como a endocardite infecciosa.

“Na UTI, prevenimos as alterações sistêmicas que possam advir de microrganismos orais e nós também vamos atuar aquilo que for necessário para o paciente e evitar essas situações”, ressaltou Patrícia.

Atualmente, além do Centro Covid HU, as UTIs do Hospital de Emergência (HE), Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal), Hospital Estadual de Santana (HES) e do Pronto Atendimento Infantil e Hospital da Criança e do Adolescente (PAI/HCA) contam com cirurgiões dentistas.

Em setembro de 2020, o Governador Waldez Góes sancionou a lei nº 2508 que torna obrigatória a prestação de assistência odontológica a pacientes em regime de internação hospitalar, reconhecendo a importância da presença dos profissionais nas unidades de saúde.

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