‘É uma honra fazer parte da história do nosso estado', diz pioneira sobre o Amapá 80 anos
Aos 83 anos, Maria Libório já era nascida durante a criação do ex-Território Federal do Amapá.
A história da aposentada Maria José Libório, de 83 anos, está entrelaçada à história do Amapá. Quando ela nasceu, no ano de 1940, as terras tucujus ainda faziam parte do estado do Pará. Somente em 13 de setembro de 1943 o governo brasileiro o criou o Território Federal do Amapá.
E foi nesse cenário que a macapaense viveu a infância, a juventude e a vida adulta, criando seis filhos. Pioneira, ela é testemunha ocular do período territorial, da elevação do território a Estado da Federação, em 1988, e de todas as mudanças que vêm acontecendo até os dias atuais.
Maria José foi uma das presenças especiais na , lançada pelo Governo do Estado na última sexta-feira, 2, para celebrar o aniversário de criação do ex-Território Federal do Amapá.
Em uma viagem ao passado, a idosa relembra como eram as primeiras moradias construídas em terras tucujus, na década de 1940.
"As casas eram cobertas com palha, chão batido e as paredes eram de barro. Tudo era muito simples. Mas com a chegada do nosso primeiro governador, Janary Nunes, as mudanças começaram a acontecer, porque essas casas que ficavam na frente de Macapá foram tiradas e a população começou a ocupar outras partes de cidade", relata a aposentada.
Se hoje a capital tem muitas lojas, veículos, praças, escolas, prédios públicos, ruas pavimentadas e pessoas circulando a todo momento, na época do território, a aparência da cidade era bem diferente.
"O antigo bairro da Favela, que hoje faz parte do Centro, era uma área de montanha. Da Rua Odilardo Silva até a Jovino Dinoá, era um lago, que desembocava na Avenida Padre Júlio. Era um lago enorme que servia para as embarcações entrarem na cidade. Eu comparo esse lago com o Ver-o-Peso, em Belém, onde as embarcações vinham e ficavam ancoradas", destacou a aposentada.
Desde o período de território até 2023, o que mais impressiona Maria Libório é a velocidade com que o estado vem evoluindo e se desenvolvendo.
"Antes, só tinha chão de terra batida por todo lado. Já hoje, a gente já não pisa na lama, porque só andamos em cima de calçada. Agora, é possível chegar numa ‘carreirinha’ a lugares que antes eram distantes como Campina Grande, Ilha Redonda, Coração e Santana", diz a idosa.
Maria não esconde o orgulho em ter presenciado toda a transformação do Amapá. Hoje em dia, ela compartilha seus relatos com os 15 netos e 12 bisnetos.
"Para mim, é uma honra fazer parte da história do nosso estado e, nesta idade, ter a oportunidade de ver o crescimento, expansão e progresso do Amapá. Eu amo a minha terra natal. Gosto de tudo aqui. Se do jeito que está hoje, já está bom, imagine no futuro, eu acredito que nos próximos anos o nosso estado vai estar ainda melhor", ressaltou Maria.
O lançamento do selo do projeto Amapá 80 Anos foi só o início de uma vasta programação para celebrar a emancipação do estado. A previsão é de que as celebrações ocorram até setembro de 2024.
Programação Amapá 80 anos
A programação terá momentos culturais e de construção histórica, como o lançamento do Museu da Pessoa. O projeto inclui uma cápsula do tempo virtual que receberá relatos amapaenses sobre suas projeções para daqui a 20 anos.
Além disso, terá eventos como a feira “Folia Literária do Amapá” e a “Virada Cultural Pop”, festivais e orquestras, e lançamento de editais para o setor cultural. A 52ª Expofeira Agropecuária do Amapá e o carnaval amapaense integram parte dessa história e serão celebrados nestes 80 anos.
A programação terá seu ponto alto no dia 13 de setembro de 2023, quando se comemora o dia de elevação do Amapá à condição de estado da federação.
Confira a programação Amapá 80 anos:
