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Hospital da Mulher registra aumento de 6,3% em número de cesáreas entre 2020 e 2021

Intervenção cirúrgica aumenta chances de complicações e infecções pós-parto.

Por Redação
24/03/2022 21h27

O índice está acima do que preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Hospital da Mulher Mãe Luzia (HMML), referência estadual no atendimento obstétrico e neonatal, registrou 2.694 mil partos cesáreas no ano de 2021, o que representou um aumento de 6,3% em relação a 2020, quando foram realizadas 2.534 mil cesarianas.

Mesmo com o crescimento, a maternidade conseguiu diminuir a porcentagem em relação aos partos naturais: em 2020 as cesáreas representaram 48,7% dos 7.730 partos realizados no HMML, em 2021 esse número caiu para 44,5% dos 8.745 mil nascimentos da unidade.

Entretanto, o índice ainda está acima do que preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda que as cesáreas representem, no máximo, 15% dos partos.

O enfermeiro obstetra Ronaldo Sarges explica que, em muitos casos, a cesárea acaba sendo necessária por falta de acompanhamento da gestante durante o pré-natal, que ajuda a identificar e a tratar doenças que podem evitar um parto de emergência.

“A cesariana deve acontecer em uma situação em que é necessário garantir a vida da mãe e do bebê, em que ela é a melhor opção, se não for assim, nunca deveria ser feita”, disse.

Alguns exemplos de quando o procedimento é indicado são: casos em que há algum risco de complicações para a mãe ou para o bebê, entre eles a hipertensão e diabetes, sejam elas preexistentes ou relacionadas a gravidez; se a mãe já tem no seu histórico médico duas cesáreas; quando o feto está em uma posição que impossibilita o parto natural; ou em casos de gestação prolongada, quando ela se estende além do recomendado, que é de 41 semanas e 6 dias.

Ronaldo ainda ressalta que o tempo de espera para a conclusão do parto natural é um fator que costuma causar preocupação em algumas pacientes, o que faz com que elas queiram recorrer a cesárea de forma eletiva, sem esperar o tempo máximo de 48 horas após o início do trabalho de parto para garantir que o parto natural não evoluiu e a cesárea é a melhor opção para ela e o bebê.

“Percebemos que muitas pacientes não se preparam para esse momento, porque, além da parte física, é necessário que o emocional e o mental também estejam prontos, já que interferem na evolução do parto e são questões que também levam a uma cesárea, porque o corpo da mulher sofre uma espécie de “travamento”, em que não tem nada de errado biologicamente com ela, mas o parto não evolui por questões emocionais”, complementou.

Com uma recuperação mais rápida, o parto natural reduz as chances de infecções e complicações, além disso, o contato com o bebê acontece imediatamente após o parto, o que diminui o estresse do recém-nascido e promove o contato pele a pele, o que fortalece o vínculo entre mãe e criança, importante para estimular o aleitamento materno.

Ademais, no parto normal, o bebé, ao passar pelo canal de parto, faz com que o tórax seja comprimido, fazendo com que os líquidos do interior do pulmão sejam naturalmente expelidos, o que auxilia na saúde respiratória do bebê logo ao nascer.

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