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Zoneamento mapeia potencial produtivo e indica diretrizes de uso do cerrado amapaense

Estudo realizado por técnicos do governo e da Embrapa, mapeia potencial de uma área de 889 mil hectares

Por Redação
14/07/2016 15h08

O ZSC foi detalhado nesta quinta-feira, 14.

Depois de apresentar a metodologia que o Governo do Amapá irá adotar no processo de transferência de terras da União para o Estado para mais de 300 entidades entre públicas, privadas e da sociedade civil, o governo apresentou um dos dois instrumentos técnicos que serão utilizados para aliar a regularização fundiária à estratégia de desenvolvimento econômico, sobretudo do setor produtivo.

Juntamente com a Base Cartográfica – que será apresentada na sexta-feira, 15 –, o Zoneamento Socioambiental do Cerrado (ZSC) constitui um dos principais mecanismos técnicos para implementação de políticas públicas no campo.

O ZSC foi detalhado nesta quinta-feira, 14, a gestores dos setores econômico e tecnológico do governo e a empreendedores do segmento primário, principalmente da produção de grãos, e a representantes de entidades da agricultura, extrativismo e pecuária.

De acordo com o biólogo do Instituto Estadual de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa), Benedito Rabelo, que conduziu o estudo e o explicou na reunião desta quinta-feira, a pesquisa levou em consideração as características ambientais e de potencial econômico das áreas mapeadas. “Trata-se de um instrumento técnico para nortear as políticas públicas para tornar o cerrado produtivo. O zoneamento identifica o uso propício da água e do solo neste bioma, com foco em atividades econômico-rurais”, explicou o pesquisador.

Para o governador do Estado, Waldez Góes, além do poder público, a iniciativa privada também deve se apropriar do zoneamento, já que ele aponta a vocação produtiva de cada área do cerrado. “Até porque vamos nos basear nas informações técnicas do zoneamento e da base cartográfica para licenciar as atividades econômicas pretendidas pelos investidores. E isto será alinhado, ainda, com a regulamentação fundiária, sobretudo neste recorte do território amapaense”, analisou o chefe do Executivo.

O presidente da Associação dos Produtores de Grãos e Soja do Amapá (Aprosoja), Daniel Sebben, disse que o mapeamento apresentado corrobora com a estratégia que o agronegócio tem se embasado para o plantio no Estado. “A cultura dos grãos é importante para o Amapá porque ela vai ajudar a reduzir custos de outras atividades econômicas, como a piscicultura, a pecuárias. E o zoneamento mostra que o Amapá tem vocação e potencial para o cultivo desses grãos”, opinou.

 

Potencialidades

O zoneamento do cerrado foi feito por pesquisadores e técnicos do Iepa – autarquia vinculada à Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia (Setec) – e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

O estudo levou três anos para ser concluído. Durante este tempo, os técnicos montaram um levantamento detalhado sobre a economia das comunidades, alterações no meio ambiente, potencial do solo e utilização da água. Estes e outros dados técnicos vão ajudar a nortear o que o Estado deve fazer para transformar o cerrado em um espaço de desenvolvimento a partir da produção de alimentos.

De acordo com o estudo, os quase 900 mil hectares zoneados – que correspondem a 6% do território total do Amapá – oferecem espaços propícios para a expansão agrícola, conservação ambiental e valorização social.

“Até aqui, o cerrado tem sido um bioma pouco utilizado, apenas para a silvicultura de pinho e eucalipto, sobretudo por duas empresas privadas, produtoras de matéria-prima para celulose. Mas, com o ZSC, o Governo poderá elaborar estratégias de investimento, fomento e gestão, mais eficazes para alavancar o setor”, explicou o secretário de Estado da Ciência e Tecnologia, Robério Aleixo.

O ZSC mapeou o cerrado em quatro macrorregiões, classificadas de acordo com o seu potencial produtivo. A primeira delas, de 272 mil de hectares, já trabalha a silvicultura, agricultura, pecuária e mineração. “Esta zona já possui essas atividades econômico-rurais em andamento. O que o Estado precisa é consolidar e ampliar estas atividades”, explicou Aleixo.

A segunda zona, com aproximadamente 332 mil hectares também possui solo bom para agricultura e agricultura mecanizada – onde entra se encaixa o cultivo de soja e outros grãos - além de vocação natural para a pecuária bubalina. “Esta é uma área muito propensa para alavancar a produção de alimentos. O ZSC traz uma série de recomendações técnicas para tornar esta área produtiva, principalmente na questão da produção de grãos”, enfatizou o secretário de Ciência e Tecnologia.

A terceira área zoneada, de 202 mil hectares, destina-se, segundo os critérios técnicos do estudo, à implementação de atividades econômicas com manejo específico. De acordo com o ZSC, é um espaço que pode se tornar muito produtivo, porém, tem que ser aplicadas atividades econômicas sustentáveis. “As características desta zona demandam uma preocupação ambiental minuciosa, principalmente nas áreas de campos inundados, onde pode, por exemplo, se exercer a pecuária, mas o manejo é essencial”, ressaltou o secretário.

Já a quarta área do cerrado zoneada foi classificada como de uso especial. Na prática, ela possui biomas de Unidades de Conservação e áreas particulares.

Num outro aspecto, o ZSC também vai ajudar no ordenamento e na regularização fundiária de terras no Amapá. O estudo também pode ser usado por instituições financeiras para subsidiar a liberação de linhas de crédito.

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