Alegria, muito samba e oportunidade de renda extra tomam conta do Sambódromo no 1º dia de desfile das escolas

Seu José Wilson aproveitou o desfile para vender bombons.

Alegria nos olhos, mãos balançando em ritmo sincronizado e arrepios de emoção vendo a escola de samba do coração passar na avenida. Esse foi o misto de emoções que marcou, após 8 anos, o primeiro dia de desfile das escolas de samba do Amapá, nesta sexta-feira, 17.

Cinco agremiações passaram pela Ivaldo Veras: Cidade de Macapá e Império do Povo, pelo Grupo de Acesso; e Emissários da Cegonha, Boêmios do Laguinho e Maracatu da Favela pelo Grupo Especial.

Nas arquibancadas lotadas, as torcidas se misturaram: a cada entrada das escolas, as cores, representadas por balões, mudavam.

E não é só na arquibancada que essa mistura de cores acontece. Um exemplo dessa democracia carnavalesca é a Dinamar de Almeida. Ela torce para duas agremiações: Maracatu da Favela na sexta, 17, e Piratas da Batucada no sábado, 18.

Ela falou emocionada sobre poder voltar ao palco dos desfiles carnavalescos do Amapá.

"A gente divide o coração ansioso para as duas escolas. Aliás, todas estão lindas. Voltar a ver as escolas, depois de tudo que passamos com a pandemia, para quem gosta de Carnaval, como eu, é uma emoção muito grande, uma euforia, uma alegria", disse Dinamar.

E tem mais gente pulando de alegria. Vários empreendedores levam uma renda extra para casa ao oferecer gastronomia diversificada em vários pontos do Sambódromo, com vendas de batata frita ao tradicional churrasquinho.

Já o José Wilson Gadelha veio do Habitacional Mestre Oscar, na Zona Norte, para vender bombons, que comercializa há mais de 20 anos.

"A gente vem de um tempo de muitas pessoas desempregadas, que não podiam sair de casa para ter o sustento, por causa da covid. Hoje, eu aproveito essa oportunidade tirando aqui meu dinheirinho. Eu fico aqui só escutando as músicas das escolas de samba, fico só sambando, ganhando meu real", brincou José.

Escolas de Samba

A escola que começou a esquentar o Carnaval 2023 foi a Cidade de Macapá. Apesar do atraso de 27 minutos, mostrou samba no pé e alegria contagiante dos brincantes com o enredo: “Heróis da Saúde – Gestos de amor, que salvaram vidas", homenageando os profissionais da saúde que combateram a covid-19, no pico da pandemia.

A segunda foi a santanense Império do Povo que animou o público do Sambódromo com alas coreografadas, coloridas e paradas estratégicas da bateria que contou com a torcida cantando o samba da escola. A Império do Povo filosofou na avenida com a mensagem que, quem sabe o que planta, não teme a colheita, fazendo jus ao enredo: "A vida é um moinho”.

Abrindo o desfile das escolas do grupo especial, a Emissários da Cegonha veio com um olhar esperançoso para o futuro. As alas representaram o enredo, “O novo nasce a cada amanhecer, o que hoje é impossível, amanhã poderá não ser” veio representado nas alas.

A Boêmios do Laguinho trouxe a história de dedicação do mestre Bené, o primeiro presidente da escola de samba. E a partir dessa trajetória na agremiação nasceu o enredo, Mestre Bené: Rei da Boêmia, O Bamba Fundador de uma Nação.

E a Nação Negra do Laguinho, como é carinhosamente conhecida a Boêmios, levantou o público presente que cantou o samba junto com a escola

Fechando a noite dos desfiles, a Maracatu da Favela, do grupo especial entrou na avenida para contar a história da agremiação, com muito pertencimento ancestral . O enredo "Resistência é Favelar" representa um resgate das referências africanas da escola.

A torcida verde e rosa coloriu as arquibancadas e ovacionou a escola que deixou um rastro de brilho e beleza na avenida.

Fique por dentro das notícias do Governo do Amapá no ==> Instagram e Facebook.
Siga o canal do Governo do Amapá no WhatsApp e receba notícias em primeira mão!