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Museu Sacaca celebra a vida ribeirinha e histórias dos povos da floresta

Os mais de 20 anos desse espaço verde em plena zona urbana de Macapá foram comemorados com uma vasta programação.

Por Marcelle Corrêa
05/04/2023 15h13

Visitantes vieram prestigiar os 21 anos da Exposição a Céu Aberto do Museu Sacaca

Se ver e se reconhecer nas atrações do Museu Sacaca foi o principal sentimento de quem pôde prestigiar uma imersão de boas lembranças nesta quarta-feira, 5, data em que a Exposição a Céu Aberto do espaço completa 21 anos.  

O museu conta com ambientes que despertam memórias da vida ribeirinha: de alguém que conheceu uma parteira; de quem ouviu histórias de viagens pelo Amazonas; da neta que ouviu do avô relatos sobre a coleta de castanhas na floresta; de quem amanheceu na roça colhendo a mandioca para preparar a farinha. Em cada cantinho do museu, é possível sentir o cheiro do rio e o vento no rosto.

A professora Magnalda Souza veio da cidade de Breves, no Pará, para o Amapá, em 2016. Para ela, o museu se tornou uma casa, onde se sente acolhida pelas lembranças da terra natal. E essas características acolhedoras, típicas dos povos da floresta, ela faz questão de ensinar às filhas: Amanda, 8 anos, e Isabela, 6 anos.

“Esse museu celebra a nossa cultura, a nossa região, o nosso modo de vida e estar passando toda essa vivência para as minhas filhas é maravilhoso. Elas estão crescendo conhecendo as raízes delas e amam este lugar", disse a professora.

E a pequena Isabela completa: “Aqui é legal, eu me sinto muito feliz”.

Homenagem

Os mais de 20 anos desse pedaço da floresta dentro da cidade de Macapá foram celebrados com uma vasta programação, que contou com a participação da família da personalidade que dá nome ao museu, o saudoso curandeiro Raimundo dos Santos Souza, o Sacaca.

“É gratificante ver o reconhecimento do trabalho que ele fez em vida. Meu pai, além de oferecer remédio, era um grande conselheiro, muitas pessoas o visitavam apenas para conversar. Meu pai está aqui neste momento, eu tenho certeza", descreveu emocionado filho de Sacaca, José Raimundo da Silva Souza.

Houve, ainda, apresentação de grupos de marabaixo, corte do bolo e visitação ao espaço com a venda de comidas e artesanato e diversas atrações culturais.

André Abdon, diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa), órgão responsável pelo museu, conta que a programação valoriza o modo de vida das comunidades tradicionais do estado, aproximando a sociedade das pesquisas realizadas pelo Iepa.

Ele reforça que no museu, a exposição a céu aberto é algo tão genuíno do Amapá que tudo foi pensado para que o visitante encontre o cotidiano dos povos ribeirinhos, dos indígenas, dos extrativistas nas casas reproduzidas em tamanho real.

“É um lugar lindo para conhecer desde a produção da nossa farinha, do nosso açaí, feito de maneira artesanal amassado na peneira, de tantos outros espaços que mostram como nosso povo vive, como se sustentam. Aqui é uma oportunidade única de conhecermos a vida de quem vive na floresta”, disse Abdon.

Venha visitar

Na visita ao museu, as pessoas podem conhecer o Regatão, barco que reproduz uma embarcação feita em madeira que navega pelos rios amazônicos transportando passageiros e mercadorias.

Tem também a Casa Ambiental que proporciona ao visitante conhecer alguns animais da floresta, como aranhas, cobras e uma espécie de tartaruga conhecida como matamatá, que está na lista de extinção.

Para conhecer um pouco dos sítios arqueológicos achados na região de Maracá e Igarapé do Lago, localizados, respectivamente, nos municípios de Mazagão e Santana, tem o Espaço Arqueológico. O ambiente apresenta urnas funerárias de homens e mulheres, com suas identificações.

O espaço mais recente do museu e um dos mais visitados é onde está exposto o esqueleto de uma baleia-jubarte, que foi encontrado em dezembro de 2018 por moradores da Ilha Vitória, no Arquipélago do Bailique.

Além desses pontos, tem também as tradicionais moradias dos povos da floresta, a Casa da Farinha, Praça de Alimentação e a Praça das Etnias.

O Museu Sacaca está aberto ao público de terça-feira a domingo, das 9h às 17h e está localizado na Avenida Feliciano Coelho, 1509, no bairro do Trem. A entrada é gratuita.

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