Governo do Amapá debate novas técnicas do plantio da mandioca na 52ª Expofeira

O Governo do Amapá realizou nesta quarta-feira, 4, como parte da programação da 52ª Expofeira, uma roda de conversa entre técnicos da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural (SDR) e produtores rurais, sobre os desafios e avanços do programa Reniva Amapá, novas cultivares de maniva e plantio. A atividade consiste em introduzir manivas-semente melhoradas e com maior produtividade na agricultura familiar do estado. O evento aconteceu no Teatro Castanheira, no Parque de Exposições da Fazendinha.

O Projeto Reniva, apresenta técnicas inovadoras de clonagem de manivas-semente com o objetivo de tornar a produção de mandioca mais resistente às pragas, com maior capacidade de produção e de adaptação às temperaturas climáticas. É uma parceria que envolve a Embrapa e o campus Região dos Lagos da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), com o apoio das prefeituras e atende aos municípios de Tartarugalzinho, Pracuúba e Calçoene.

A oficina faz parte da estratégia de transferência de tecnologia para a agricultura familiar, além do fomento de aplicação das novas técnicas no campo junto com o repasse de manivas-semente melhoradas de mandiocultura, como explica o secretário de Desenvolvimento Rural, Kelson Vaz.

“O Amapá tem o número de produção de raiz em torno de 7 a 9 toneladas por hectare. A partir da entrada desses cultivares da agricultura familiar nós teremos a oportunidade de ter em torno de 20 a 30 toneladas a serem produzidas para aumentar a produtividade da farinha, buscando informações para fazer o registro para que possam ser comercializadas em supermercados ", finalizou o secretário.

Bendito Dutra, produtor rural e engenheiro agrônomo, considerado o maior maniveiro do Brasil, ministrou a palestra com o tema "Principais cultivados de mandioca do sistema Embrapa, projeto Reniva e plantio de mandioca”, que apresentou cultivares de mandioca como o Manivão, Mari e Poti, que contribuem para o aumento da produção.

"A importância da mandioca, principalmente aqui para o Estado do Amapá, norte e nordeste do Brasil é porque trata-se de uma cultura de segurança alimentar e nós precisamos melhorar os índices de produtividade, com a pesquisa por meio da Embrapa. Hoje a média de produtividade de raiz mandioca no Estado do Amapá está em torno de toneladas, então os materiais que já estão sendo trabalhados, apontaram um incremento de 150% de produtividade", pontuou Dutra.

Jacob Souza, produtor rural, que é presidente da Associação de Moradores Remanescentes de Quilombolas Mel da Pedreira (Amorquimp), trabalha com a produção de farinha. Ele participou da roda de conversa e falou que o projeto já vem sendo desenvolvido dentro da comunidade do Mel da Pedreira e que o aproveitamento tem sido muito positivo, destacando que a tecnologia trazida pelo projeto mudou a realidade do campo a partir da introdução de novas cultivares, como o Manivão.

"O Reniva trouxe uma inovação e nos proporcionou um salto na produção de raiz e consequentemente o aumento da produtividade. O projeto é uma realidade muito positiva para o nosso estado e somos a prova viva que funciona. O melhoramento genético faz a diferença no campo. A gente trabalhava de seis, sete toneladas por hectare, hoje saltamos para pelo menos o dobro, tem produtor tirando 16, 20 toneladas", disse Souza.

O programa inaugurou o plantio de um hectare de sementes-manivas no Amapá, fora da capital, com as primeiras brotações em apenas 10 dias e a perspectiva de colheita em cerca de 12 meses. A partir de 2023, foram mais de 100 produtores rurais beneficiados com as sementes produzidas neste banco clonal.

Próximos Passos

A partir de agora será feito investimento em melhoramento de área, correção de solo e transferência de manivas-semente para os pequenos produtores. Haverá um grande programa de cadastramento para a entrega dessas manivas-semente que serão multiplicadas no estado, que foram adquiridas do Pará.

Reniva

O Programa Reniva trouxe 200 mil manivas-semente para o estado, permitindo a formação de bancos clonais com maior qualidade genética. Uma parte desses bancos já está em operação na comunidade de São Pedro dos Bois, na zona rural de Macapá. O Reniva não apenas impulsiona a agricultura local, mas também promove avanços tecnológicos e inovações que contribuem significativamente para o setor agrícola do Amapá.