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Com apoio do Governo do Estado, lideranças indígenas do Amapá e Pará debatem políticas públicas para os povos tradicionais

4ª Assembleia Geral da Apoianp aborda diversas temáticas como: saúde, educação e segurança alimentar.

Por Cristiane Nascimento
18/10/2023 10h00

A partir do encontro, serão elaboradas estratégias de articulações para melhor atender as demandas das regiões indígenas

Com o apoio do Governo do Amapá, teve início nesta quarta-feira, 17, a 4º Assembleia Geral da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará, (Apoianp). Serão quatro dias de encontro, em Macapá, sobre a conjuntura das comunidades indígenas das regiões.

O evento debate a reestruturação do movimento indígena, juntamente com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Sônia Jeanjacque, secretária de Estado dos Povos Indígenas, destaca que a reunião representa o resgate dessas discussões de valorização dos povos tradicionais.

"Esse é um novo período, bem diferente do que estávamos vivendo em que as políticas públicas voltadas para a população indígena, ficaram prejudicadas. E agora, com o apoio dos governos federal e estadual, a gente retoma isso, e uma assembleia como essa vem fortalecer e mostrar que a luta continua com muita vontade de seguir resistindo”, concluiu a secretária.

Questões relacionadas à política pública, território e insegurança alimentar estão sendo discutidas. A assembleia também se concentra em áreas fundamentais incluindo educação e saúde, na busca de soluções para os desafios enfrentados pelas comunidades indígenas.

Simone Karipuna, coordenadora do Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena (Dsei) do Amapá e Norte do Pará, pontuou que essa é uma ocasião de diálogo que possibilita pensar a estrutura da política indígena como um todo.

“É uma oportunidade de pensar tratativas que consigam nortear dentro dos planos de gestão ambiental e territorial, ações de monitoramento dos territórios no sentido de fiscalizar e proteger. É preciso reforçar a necessidade de que as instituições tanto municipais, quanto estaduais e federais, precisam se unir em novas frentes de luta pelos povos indígenas”, disse Simone.

Abordagens

"Educação Indígena: Problemas e Perspectivas para um Ensino Diferenciado e Formação de Professores nos Territórios do Amapá e Norte do Pará", foi um dos temas trabalhados na assembleia, com o apoio da Secretaria de Estado da Educação (Seed), que abordou a necessidade de um ensino adaptado às especificidades culturais e linguísticas das comunidades indígenas, bem como a formação de professores capacitados para atender a essas demandas.

A Apoianp, em parceria com a Coiab e a APIB, está empenhada em promover soluções que abordem os desafios enfrentados pelos povos originários, garantindo o respeito às culturas e aos territórios, como enfatizou Enzo Marworno, da região do Oiapoque.

"Estamos aqui para fortalecer a nossa organização, o nosso movimento indígena, estamos unidos com um só objetivo, que é conquistar e defender o nosso espaço", finalizou Marworno.

Kleber Karipuna, coordenador executivo da Apib, enfatizou que a última assembleia ocorreu em 2017 e retorna trazendo esse debate da maior organização indígena do estado do Amapá e Norte do Pará.

"Estamos discutindo saúde, educação, gestão dos territórios, mas principalmente uma pauta interna, própria do movimento indígena que é o fortalecimento das nossas organizações, dos nossos povos das regiões e da nossa Associação, para impulsionar as incidências das lutas dos povos indígenas, dos movimentos junto aos órgãos municipais, estaduais, e o Governo Federal, finalizou Karipuna.

A assembleia representa um passo significativo na busca por um futuro mais promissor para as comunidades. Demétrio Tiriyó, da terra indígena Tumucumaque, no Norte do Pará, disse que a principal pauta colocada em discussão é a defesa do direito e dos territórios onde os povos indígenas vivem e também as mudanças climáticas.

"Sem terra, nós não vamos poder viver, a terra é a nossa casa. Nós queremos respeito porque somos nós que protegemos a floresta, que sofre com as mudanças de clima e as transformações que o meio ambiente vem sofrendo, que refletem não só aqui, mas no mundo todo, falou Tiriyó.

O evento segue até sexta-feira, 20, com eleição da nova diretoria da Apoiamp, avaliação interna da articulação, o ingresso de novas organizações, a aprovação do novo regimento interno e o encaminhamento das pautas discutidas. 

A partir do encontro, serão elaboradas novas estratégias de articulações para melhor atender as demandas levantadas pelos delegados das regiões indígenas. Durante o evento houve a comercialização de produtos e peças confeccionadas pelos próprios indígenas. 

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