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Governo do Amapá capacita agentes de saúde para diagnóstico em microscópio da doença de Chagas, malária e elefantíase

Treinamento para microscopistas de Macapá e Santana é coordenado pela Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS).

Por Mônica Silva
25/10/2023 09h03

Objetivo é a atualização laboratorial, visando a qualidade e precisão no diagnóstico

O Governo do Amapá está capacitando agentes de saúde para reforçar a precisão do diagnóstico da malária, doença de Chagas e elefantíase, através de microscópios. O treinamento é voltado para microscopistas de Macapá e Santana que atuam na identificação e enfrentamento das enfermidades no estado.

A capacitação, coordenada pela Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) do Amapá, tem duração de cinco dias, com encerramento programado para sexta-feira, 27. O objetivo é a atualização dos agentes quanto ao diagnóstico laboratorial dos agravos, visando a qualidade e precisão no resultado. A previsão é que 12 técnicos concluam o treinamento.

A superintendente da SVS, Claudia Monteiro, entende que a qualificação dos profissionais é fundamental para evolução na identificação das doenças e ressalta que o procedimento adotado na atividade serve para garantir a segurança das notificações dos casos confirmados.

“A notificação correta de casos de todas as doenças de notificação compulsória é fundamental para que as ações de vigilância epidemiológica sejam realizadas em tempo hábil, tanto no controle dos agentes causadores como no diagnóstico e tratamento do doente”, concluiu a superintendente.

O curso acontece no Laboratório Escola da Diretoria Executiva de Vigilância Laboratorial (DEVL-Lacen), com carga horária de 30 horas, teórico e prático, conforme determinação do Ministério da Saúde (MS).

Giovani Rodrigues, gerente do Núcleo de Gestão da Rede de Laboratórios, explica que a iniciativa faz parte do calendário nacional do MS de atualização de diagnósticos. “Com esse treinamento reforçamos e ampliamos a interligação dos diversos níveis de atenção necessários para um diagnóstico com qualidade e um tratamento oportuno dos pacientes que buscam o Sistema Único de Saúde (SUS)”, disse o especialista.

Cândida Ferreira, do município de Santana, também participou do treinamento. “Me atualizei e tirei muitas dúvidas sobre o diagnóstico, foi bastante proveitoso. Nessa soma de conhecimento todos ganham”, concluiu.

O microscopista Wanderson Cley Nascimento, do município de Macapá, destacou a relevância do treinamento para melhorar a qualidade do trabalho que realiza. “É uma atualização de formação necessária e relevante para o aperfeiçoamento do diagnóstico dessas doenças. Sem dúvida vou realizar minhas atividades com mais segurança”, destacou.

Sobre as doenças

  • Malária

A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles. A cura é possível se a doença for tratada em tempo oportuno e de forma adequada. Contudo, a Malária pode evoluir para forma grave e para óbito.

Dados do Ministério da Saúde apontam que 80% dos registros de malária no Brasil se concentram em 33 municípios da Região Norte. No Amapá, foram cerca de 2,8 mil casos em 2022. Esse ano, de janeiro até setembro, 3.039 pessoas foram diagnosticadas com a doença. 

  • Doença de Chagas

A doença de Chagas é causada por um parasito e transmitida principalmente através do inseto “barbeiro”. O agente causador é um protozoário denominado Trypanosoma cruzi. No homem e nos animais, vive no sangue periférico e nas fibras musculares, especialmente as cardíacas e digestivas. 

Esse ano, o Governo do Estado notificou 173 casos da doença. Desse total, 22 foram confirmados. Macapá registrou 19 confirmações, e Santana notificou três. 16 casos são autóctones (infectados no próprio estado) e seis oriundos de outros estados, considerados casos importados. 

  • Elefantíase

A elefantíase é uma condição também chamada de filariose linfática, causada por um parasita transmitido pela picada de um mosquito, levando a uma inflamação no sistema linfático, fazendo com que o paciente desenvolva um grande inchaço (também conhecido como edema) em seus membros e em pontos como os seios e a bolsa escrotal. No Amapá, nunca houve registro da doença.

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