'Quando você lê sobre a cultura do outro, você abre sua mente para o novo', diz indígena na Folia Literária do Amapá
Escritora Márcia Wayna participou do debate sobre a literatura indígena na educação amapaense.
Márcia Wayna Kambeba, do Amazonas, falou do papel da literatura indígena
A literatura indígena foi tema de debate no segundo dia da 1ª Folia Literária Internacional do Amapá, promovida pelo Governo do Estado. Escritoras da Região Norte discutiram o papel da leitura nas escolas e a questão climática durante encontro no Barracão das Multivozes Aracy Mont’Alverne, neste sábado, 28.
Com o tema "Povos indígenas: literatura e a questão climática", as ativistas e escritoras Sony Ferseck, de Roraima, Márcia Wayna Kambeba, do Amazonas, e a amapaense Bruna Karipura, falaram sobre a importância de levar a literatura indígena às escolas.
"É uma necessidade levar nossa história para as pessoas. Ainda precisamos mostrar que os povos originários tem um conhecimento tão rico. Quando você lê sobre a cultura do outro, você abre sua mente para novas descobertas", comentou Márcia Wayna.
A mediação do debate foi realizada pela secretária dos Povos Indígenas Sônia Jeanjacque. A gestora cita que a literatura amapaense possui um papel de relevância na formação educacional das crianças e jovens.
"A literatura pode ser levada de todas as formas as pessoas, e um jeito de fazer isso é por meio dos livros. É muito importante fazer essa conscientização para as pessoas não indígenas que o nosso passado carrega um peso tão grande para a história. Além disso, necessitamos compartilhar nossas vivências com as crianças, pois elas são o nosso amanhã. A literatura se eterniza com elas, registrando nossa ancestralidade”, ressaltou a secretária.
O professor Benedito Alcântara, de 60 anos, prestigiou a mesa temática do início ao fim. Para ele, entender o papel das obras indígenas na sociedade e apresentar aos estudantes, resgata a herança dos povos originários da Amazônia.
“A literatura indígena trás uma raiz muito forte dos primórdios da nossa sociedade. Trazer essa literatura dos povos ancestrais, é trazer uma herança para nossos estudantes e mostrar a eles a importância da identidade indígena. Debates como esse desconstroem o que somos e de onde viemos. A literatura compartilha a descoberta de novos horizontes”, afirma o professor.
Para encerrar os debates, a indígena Márcia Flor d’Maria recitou poesias de sua autoria para o público.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DA 1ª FOLIA LITERÁRIA INTERNACIONAL DO AMAPÁ
Barracão das Multivozes Aracy Mont’Alverne
A professora Aracy Mont’Alverne dá nome ao Barracão das Multivozes, um dos espaços de debate em mesas temáticas e palestras. A educadora lançou livros como ‘Luzes da Madrugada’, de 1988, e ‘Arquivo do Coração’, de 1997, além da composição de peças infantis e do poema ‘Macapá Cinderela’, de 1986, em homenagem à capital amapaense.
1ª Folia Literária Internacional do Amapá
A 1ª Folia Literária Internacional do Amapá acontece no Parque do Forte, às margens do Rio Amazonas, na orla de Macapá, até domingo, 29. O evento, que reúne renomados escritores do país e outras partes do mundo, possui uma vasta programação com palestras, oficinas, apresentações culturais e shows musicais.
A estrutura da feira, que marca a retomada após 10 anos de festivais que contemplem a literatura amapaense, conta com mais de 20 boxes e 2 barracões, onde são realizadas várias atividades de expressões artísticas. Além disso, o espaço conta com o Corredor Literário, com estandes de livrarias e a Cápsula do Tempo Virtual, do “Amapá 80 Anos”.
A feira integra o plano de gestão do Governo do Amapá e é realizada em parceria com as Organizações Culturais da Amazônia (OCA Produções), com o apoio dos senadores Davi Alcolumbre e Randolfe Rodrigues, e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-AP).
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