Governo do Amapá recebe cerca de 200 turistas de transatlântico nos pontos turísticos de Macapá

O Governo do Estado preparou uma recepção especial para os estrangeiros vindos de diversos países do mundo

A cultura, o artesanato e as belezas naturais do estado mais preservado do Brasil foram atrativos para cerca de 200 turistas que visitaram o Amapá na tarde de segunda-feira (30). O grupo chegou ao Porto dos Práticos, em Macapá, a bordo do transatlântico de expedição "Seabourn Pursuit", de bandeira das Bahamas, e conheceu quatro dos principais pontos turísticos amapaenses. 

O Governo do Estado preparou uma recepção especial para os estrangeiros vindos de diversos países do mundo. Grupos de marabaixo, batuque e uma escola de samba os receberam no Marco Zero do Equador, Museu Sacaca, Casa do Artesão e Fortaleza de São José de Macapá, mostrando o ritmo, a alegria e a beleza da cultura regional.

Ainda no Porto dos Práticos, os turistas conheçaram a imensidão do Rio Amazonas e o encanto das saias rodadas e do som das caixas de marabaixo do grupo "Raízes da Favela". Animados com a recepção, eles chegaram a arriscar alguns passos.

Em seguida, os visitantes foram distribuídos em sete ônibus contratados pela empresa amapaense de receptivo "Cunani Turismo", para iniciar o passeio pela cidade. Nem o sol, e a alta temperatura desanimou o grupo.

O monumento do Marco Zero do Equador foi parada obrigatória. A oportunidade de estar ao mesmo tempo em dois hemisférios, Norte e Sul, impressionou os turistas, que brincaram e garantiram a famosa foto com um pé em cada lado, em frente ao obelisco. 

Passistas e uma parte da bateria da Associação Universidade de Samba Boêmios do Laguinho deram uma pequena amostra da alegria do carnaval amapaense.

O californiano Mike Sean disse que é impressionante o fato de estar em dois hemisférios ao mesmo tempo. "O dia está lindo, os dançarinos são incríveis e a cidade é linda, com certeza vou lembrar deste momento", disse americano.

Em seguida, o grupo visitou a histórica Fortaleza de São José de Macapá, localizada na orla da cidade, às margens do Rio Amazonas. Um dos momentos emocionantes foi conhecer a capela localizada dentro da estrutura.

Recebidos pelo grupo de marabaixo "Malocão do Pedrão", os visitantes puderam tirar fotos e conhecer o passado da construção, que tem 241 anos e é um Patrimônio Material Nacional, concorrendo ao título de patrimônio mundial pela Organização das Nações unidas (ONU).

Para Pedro do Espírito Santo, conhecido como "Pedrão", responsável pelo grupo marabaixeiro, a oportunidade de fomentar o turismo na cidade é essencial, pois aquece a economia, circula renda, e torna o Amapá parte dos roteiros turísticos.

"Isso é cultura, é o batuque do marabaixo. Todos lá fora podem nos ver e levar nossos aprendizados para o mundo. Para a nossa comunidade isso é um orgulho", disse, animado.

Incentivar o turismo de compras, fortalecer a promoção do Amapá como destino dos cruzeiros e fomentar as manifestações culturais e produtos turísticos são parte do plano de governo da atual gestão. O estado não recebia um transatlântico há cerca de 5 anos.

A chegada dos turistas animou também os trabalhadores da Casa do Artesão, uma vitrine da produção dos artistas locais. A variedade de peças e matéria-prima surpreendeu e atraiu os olhares curiosos dos estrangeiros.

A cachaça de jambu, vinho de açaí e gengibirra caíram literalmente no gosto dos turistas. O sabor peculiar de cada um provocou reações inusitadas, como a leve dormência na língua provocada pelo Jambu, e a ardência da gengibirra, bebida tradicional do marabaixo. Eles também se surpreenderam com o sabor do açaí.

Produtos de decoração em madeira, do minério manganês, esculturas, quadros, acessórios com identidade indígena fizeram sucesso e fizeram com que os turistas garantissem lembranças na volta para casa.

Para o secretário de Estado do Trabalho e Empreendedorismo do Amapá (Sete), Ezequias Costa, o passeio dos turistas ao Amapá e, especialmente, a visita à Casa do Artesão, fomenta a produção regional e aquece a economia.

"Quando vemos o Amapá em rotas de turismo e frequentando lugares como a Casa do Artesão, podemos ter certeza que isso aquece a economia local", ressalta o secretário.

Além disso, os visitantes puderam conhecer partes históricas, científicas e regionais visitando o Museu Sacaca. O local possibilita uma imersão na cultura dos povos tradicionais, como ribeirinhos e indígenas, com espaços que reproduzem por exemplo as moradias da etnia Palikur, que vive em Oiapoque, e Wajãpi, no município de Pedra Branca do Amapari.

Durante a visita, os turistas também contaram com apresentação das marabaixeiras do grupo Zeca e Bibi Costa (Azebic). Dawn Gleeson, de 79 anos, é australiana e ex-professora de genética e zoologia da Universidade de Melbourne. Agora, aposentada, ela viaja pelo mundo conhecendo diferentes culturas e conta que amou o Brasil.

"Sempre lemos um jornal ou acompanharmos notícias sobre algo da região, mas ver tudo isso de perto é diferente. Agora vamos conseguir visualizar o melhor daqui", comenta Gleeson.

Turismo no Amapá

A expedição Seabourn Pursuit, com bandeira das Bahamas, possui pesquisadores e especialistas que escolheram o Amapá para conhecer as características do povo e as riquezas naturais. A embarcação veio do Amazonas e seguirá para o Rio de Janeiro com destino à Antártica. A temporada de cruzeiros marítimos dessa companhia encerra em maio de 2024, com previsão de chegada de mais transatlânticos ao Amapá.

O receptivo é organizado pelas secretarias de Turismo (Setur), Cultura (Secult), Trabalho e Empreendedorismo (Sete) e Relações Internacionais, além do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa), responsável pelo Museu Sacaca.

Confira como foi o tour dos turistas do transatlântico Seabourn Pursuit no Amapá:

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