Tradicional bebida das comunidades negras do Amapá, gengibirra é destaque no 28º Encontro dos Tambores
Público pode degustar a iguaria no 'Gengibar' e no Bar do Divino Espírito Santo, no Centro de Cultura Negra Raimunda Ramos, até 26 de novembro.
Gengibirra é tradicional nas rodas de marabaixo
Gengibre, açúcar e aguardente são os ingredientes utilizados para fazer a gengibirra, bebida que faz parte da identidade cultural afro-amapaense e é destaque no 28º Encontro dos Tambores. O evento acontece até 26 de novembro, no Centro de Cultura Negra Raimunda Ramos, no bairro do Laguinho, em Macapá.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DO 28º ENCONTRO DOS TAMBORES
O Encontro dos Tambores conta com apoio do Governo do Amapá e traz dez dias de celebração ao Mês da Consciência Negra, com shows, apresentações artísticas, debates sobre igualdade racial, gastronomia e empreendedorismo, com protagonismo para as comunidades negras do Amapá.
Quem for prestigiar o evento, pode apreciar a gengibirra no Gengibar, espaço dedicado para a produção e venda do produto, e no Bar do Divino Espírito Santo, onde também estão disponíveis outras bebidas.
O Gengibar é administrado por três famílias de comunidades negras tradicionais. Conhecida como a Nega do Biluca, a marabaixeira Antônia Márcia Silva, de 51 anos, é moradora da comunidade do Curiaú, e destacou a representatividade de trazer a gengibirra para o Encontro dos Tambores.
"Além de um meio de ganhar o nosso sustento, é também uma forma de divulgar a bebida tradicional das rodas de marabaixo e do batuque, que agora está sendo mais valorizada não só por nós, marabaixeiros, mas por outras pessoas por meio desses eventos. Isso representa o fortalecimento da nossa cultura”, ressaltou Antônia.A empreendedora Ginaima Silva, de 38 anos, criada na comunidade do Curiaú, destacou que a venda de gengibirra representa a valorização e o fortalecimento das tradições culturais negras.
"Assim, a gente torna essa bebida, que já está impregnada na nossa cultura, conhecida de todos os amapaenses e ainda consegue fazer uma renda extra", disse Ginaima.
A bebida, que desde 2019 é considerada Patrimônio Cultural Imaterial do Amapá, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), tem efeito anestésico, sendo usado para fortalecer a voz dos cantadores e cantadoras durante os ladrões (canções) de marabaixo, e claro, dar ainda mais ânimo para quem consome. A secretária de Estado da Cultura, Clícia Di Miceli, reforçou que a gengibirra não poderia faltar no Encontro dos Tambores.
"A gengibirra é um dos elementos que compõem essa tradição, como a indumentária, a saia, a flor no cabelo, ela compõe todos esses símbolos da nossa cultura amapaense, e claro, numa festa tradicional como essa, tem que ter a bebida. O Interessante é que a cada ano, aumenta o número de empreendedores vendendo o produto", pontuou a secretária.O autônomo Júlio Maia, de 20 anos, contou que conheceu o gosto da gengibirra quando começou a frequentar as festividades culturais.
"Tem um sabor diferenciado, único. É uma bebida forte, típica da nossa cultura, que eu aprendi a gostar desde que comecei a tomar nas festas de batuque e marabaixo, aos dezoito anos", relatou Maia.
Mesmo quem já está acostumado a consumir a tradicional bebida, não desperdiça uma oportunidade de apreciar a gengibirra, como é o caso da funcionária pública estadual, Fabiana Damasceno, de 33 anos.
"Sempre tomo em todas as ocasiões em que tenho oportunidade. Além de deliciosa, a gengibirra representa a nossa cultura, e como legítima amapaense, eu aprecio muito", comentou Fabiana.
Encontro dos Tambores
É realizado pela União dos Negros do Amapá (UNA), em parceria com o Instituto Cultural Língua Solta e Associação Recreativa Piratas Estilizados, com apoio do Governo do Amapá. A programação cultural continua neste sábado, 18, com apresentações de reggae, marabaixo e capoeira.
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