Encontro dos Tambores: segunda 'Noite das Comunidades' traz espetáculos da cultura afro-amapaense
Dez grupos tradicionais apresentaram sua forma de dançar, de entoar os cantos, de colorir as roupas em uma tradição que atravessa gerações.
Dez grupos de músicas tradicionais se apresentaram no palco montado no Centro de Cultura Negra Raimunda Ramos
Em celebração às raízes do povo negro do Amapá, a segunda 'Noite das Comunidades' trouxe apresentações de marabaixo, batuque e sairé para o 28º Encontro de Tambores, nesta quinta-feira, 23, no Centro de Cultura Negra Raimunda Ramos, em Macapá.
Ao todo, dez grupos tradicionais do interior do estado tiveram a oportunidade de apresentar ao público sua forma de dançar, de entoar os cantos, de colorir as roupas em uma tradição que atravessa gerações.
É o caso de Pedro do Espírito Santo, fundador do Grupo Malocão do Pedrão, localizado no Porto do Céu, no distrito do Coração, em Macapá. Hoje com 64 anos, ele recorda que foi criado em meio às caixas e tambores de batuque e marabaixo, participando de outros grupos, até o momento que resolveu criar o seu próprio.
"Já faz treze anos que criamos o grupo e que participamos dessa festa linda! O Encontro dos Tambores não pode parar, se não perdemos a nossa raiz e acaba morrendo essa cultura tão importante para o nosso estado", destacou Pedro.
E o que faz manter viva essa tradição é a passagem de geração em geração, com a presença de crianças até integrantes mais experientes, todos tocando e dançando, como pôde ser visto em mais uma noite de Encontro dos Tambores.Quem relata esse processo é Carlos Danrley, de 26 anos, membro do Grupo Santo Antônio e São Benedito, também do distrito do Coração. Desde os sete anos, o jovem participa, com incentivo da família, a fazer parte das festividades de Marabaixo e Batuque. Hoje ele é mais uma das provas de que essa expressão cultural típica do Amapá irá se manter por muitas décadas no estado.
"É uma honra poder representar as tradições do meu estado e do meu bairro, e mostrar que nesses locais o povo tem muito o que mostrar, uma cultura linda e muito rica", disse Carlos.
Se apresentaram em mais uma noite do Encontro dos Tambores, além dos grupos do distrito do Coração, conjuntos da Ilha Redonda, São João do Matapi e da comunidade do Carvão, de Mazagão, entre outras comunidades. Também fizeram parte da programação, sete grupos de capoeira de diferentes localidades do Amapá, que armaram uma grande roda na frente do palco e puderam mostrar todo o ritmo e movimentos que envolvem essa manifestação.Para apoiar a vinda dos coletivos das comunidades rurais e do interior do Amapá, o Governo do Amapá viabilizou o transporte, estadia e alimentação de todos os integrantes em Macapá. O Encontro dos Tambores conta com a presença de grupos de ritmos tradicionais do estado, mas também de outros gêneros de origem africana como hip hop, axé e samba, e artistas nacionais desses ritmos, como o histórico grupo de samba carioca, Fundo de Quintal, que se apresenta no dia 26.
"É a presença de tambores de todos os cantos, vindo pra cá nessa comemoração, é o Governo do Estado abrindo as portas desse evento, uma vitrine para que a população venha, chegue até a nós e conheça toda essa diversidade cultural que o Amapá tem", celebrou a diretora adjunta da Fundação Marabaixo, Laura Silva.
Encontro dos Tambores
O 28º Encontro dos Tambores segue até domingo, 26, e é uma realização da União dos Negros do Amapá (UNA) com o Instituto Cultural Língua Solta e Grêmio Recreativo Piratas Estilizados.
O Governo do Estado apoia o evento, que também conta com suporte da ex-deputada estadual, Cristina Almeida, e do vereador Dudu Tavares, que destinaram recursos de emenda para a festividade.
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