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Celebrando ancestralidades, Grupo Senzalas mostra o poder da cultura amapaense no Tambores do Meio do Mundo

Edição apoiada pelo Governo do Estado misturou música e poesia no Largo dos Inocentes, em Macapá.

Por Eduardo Belfort
09/12/2023 10h31

Val Milhomem, Joãozinho Gomes e Amadeu Cavalcante homenagearam cantores e jeito tucuju

O Largo dos Inocentes, também chamado de "Formigueiro", região tradicional e histórica do Centro de Macapá, onde ocorrem celebrações culturais amapaenses, recebeu mais uma vez nesta sexta-feira, 8, o show Tambores do Meio do Mundo, do Grupo Senzalas. A apresentação, que recebeu o apoio do Governo do Amapá, trouxe emoção, repertório conhecido do público e muito marabaixo.

A Secretaria de Estado da Cultura (Secult) fomenta a programação, que também conta com apoio do senador Randolfe Rodrigues. A atividade integra a iniciativa 'Arte nas Ruas', da Associação Artística Cultural Ói Nóiz Akí.

O grupo, formado por Val Milhomem, Joãozinho Gomes e Amadeu Cavalcante, homenageou cantores e sucessos nortistas, com músicas como "São Benedito Bendito", de Patrícia Bastos, e "Flor Negra", do paraense Nilson Chaves. 

"Para nós é sempre um momento de muita alegria estar em contato com nosso público, com nosso povo e cantar sobre o nosso estado. É para eles que fazemos tudo isso", disse o cantor e compositor, Joãozinho Gomes.

Em "Jeito Tucuju", um dos hinos atemporais escrito por Gomes e Milhomem, o público cantou em coro trechos como "quem avistar o Amazonas nesse momento, e souber transbordar de tanto amor, esse terá entendido o jeito de ser do povo daqui", arrancando palmas dos próprios artistas.

Para a professora de educação física no Quilombo do Curiaú, Mery Baraka, de 45 anos, locais que carregam a história cultural do estado precisam ser valorizados e repassados para novas gerações.

"Esse evento é de fundamental importância para falarmos da valorização da cultura do estado. A cultura negra agradece e o Amapá também agradece, pois assim, podemos falar da nossa história e de nossas raízes", disse Mery, emocionada.

Em outro sucesso nortista, o grupo Senzalas cantou "Mão de Couro", de Emília Monteiro. O refrão "Natalina falou: gengibirra não é mole, não", foi cantado e celebrado pela multidão enquanto uma roda de dança calorosa de marabaixo se formou na frente do palco. Saias longas e se movendo ritmicamente com a música se transformaram em um espetáculo.

Integrante do grupo Senzalas, Amadeu Cavalcante, também reforçou o poder da celebração da cultura amapaense. "São famílias que estão vindo para o Formigueiro, são crianças, jovens e idosos que vem participar desse projeto que celebra o nosso jeito de ser, o nosso jeito tucuju”, disse Cavalcante.

Nova geração

Após a apresentação do Grupo Senzalas, Jhimmy Feiches subiu ao palco para cantar e mostrar o poder das novas gerações ao celebrar a cultura amapaense. Em 2021, o artista lançou "Dentro D’água a Gente Não Chora", seu primeiro álbum autoral da carreira com 13 faixas, que aborda o poder da identidade, do amadurecer e pertencimento, tudo embalado por uma união de sonoridades nortistas e pop internacional.

"Parentes" foi a faixa de abertura escolhida pelo cantor, música emocionante sobre o poder de suas raízes culturais. Em seguida, "Deixa Disso" e "Nadar" fizeram o público dançar, mas também refletir.

"Essa edição do Tambores do Meio do Mundo está sendo muito importante para mim, pois, como artista que consome as músicas do grupo Senzalas, é muito gratificante poder dividir esse palco. Com certeza vou dormir muito feliz hoje”, afirmou o cantor sorrindo.

Poesias e poemas

O palco do Largo dos Inocentes também é um espaço de declamações e criação. As poetisas Hayam Chandra e Kassia Modesta subiram ao palco individualmente e em dueto para abordar suas forças, virtudes e o jeito nortista de ser.

"Eu sou poesia torta, nortista sem norte, palavra solta eu sou”, disse Kassia em uma de suas declamações. “No meio de minha paixão de estudante, há uma guerreira disposta a lutar pela grande mudança que aflora do Oiapoque ao Chuí", continuou Hayam em seguida.

Com performances marcantes, as artistas deixaram sua marca no segundo show do grupo Senzalas. "O Tambores do Meio do Mundo é um encontro de amor e arte. Essa oportunidade de um encontro de artistas e de valorizar a cultura amapaense é única", disse Hayam emocionada.

Grupo Senzalas e Tambores do Meio do Mundo

Senzalas é um grupo musical formado em 1997 pelos amapaenses Amadeu Cavalcante, Val Milhomem e Zé Miguel e o paraense Joãozinho Gomes, como uma expressão da cultura e da identidade amapaense e amazônica.

A partir de bases rítmicas do marabaixo e do batuque, o grupo criou sua musicalidade própria e vem criando experimentos e possibilidades, produzindo fusões inventivas com o reggae, o zouk, o funk e o carimbó.

Como criador e difusor de música popular do norte do Brasil, o Senzalas tem dado uma contribuição importante para firmar a cultura da Amazônia no cenário da nova música brasileira. O show já foi apresentado até mesmo fora do Amapá, para públicos no Rio de Janeiro, São Paulo, Alemanha e Guiana Francesa.

O segundo show do grupo no Tambores do Meio do Mundo, de um total de cinco, foi marcado por vários nomes poderosos da cultura amapaense, como o cantor Rambolde Campos. Os próximos shows acontecem nos dias 22 de dezembro, 5 e 12 de janeiro, sempre no Formigueiro a partir das 20h.

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