Desfile de moda e ação de empreendedorismo encerram projeto 'Afro Mulher' no Conjunto Macapaba, em Macapá
Expo Afro marcou a conclusão dos cursos oferecidos, pela ação do Governo do Estado, para 120 moradoras.
Durante o desfile os modelos usaram biojoias, roupas com serigrafia afro, maquiagem e tranças feitas pelas alunas do projeto
O Governo do Amapá promoveu mais uma edição da “Expo Afro”, para celebrar o encerramento dos cursos do projeto “Afro Mulher”. O evento ocorreu na noite de sábado, 27, na quadra da Escola Estadual Antônio Munhoz, no Conjunto Macapaba, na Zona Norte de Macapá, e contou com atrações culturais e desfile de moda com apresentação de todas as peças e técnicas que as alunas desenvolveram durante a capacitação.
O projeto ‘Afro Mulher’ é coordenado pela Fundação Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Fundação Marabaixo), em parceria com a grife de moda afro-amapaense Zwanga Fashion, e surgiu com objetivo de estimular a geração de renda e independência financeira para mulheres negras através de cursos profissionalizantes.
A diretora-presidente da Fundação Marabaixo, Josilana Santos, enfatiza que a parceria permitiu levar qualificação profissional através das formações e, ainda, incentivar o empreendedorismo nas mulheres negras do habitacional. Durante o evento, foi assinada liberação de uma linha de crédito, disponível na Agência de Fomento do Amapá (Afap), para que as alunas do projeto Afro Mulher, desenvolvam seus negócios. O ato contou com a presença autoridades, como o senador Randolfe Rodrigues.
“Precisamos quebrar a visão preconceituosa da sociedade de achar que aqui no Macapaba e demais bairros da periferia de Macapá só tem violência. Pois esses são espaços compostos por pessoas que têm direito a toda sua cidadania plena, e projetos como Afro Mulher, cria não somente mais oportunidades para as mulheres negras, mas também novas perspectivas sobre elas”, afirmou, Josilana Santos.
De acordo com a design de moda e empresária, Rejane Soares, parceira da iniciativa, a ideia é levar o projeto para todos os municípios do Amapá com objetivo de gerar cada vez mais oportunidades para as mulheres negras amapaenses.
“Para gente que idealizou o projeto é muito importante chegar aqui e ver, um evento como esse onde a alunas do curso chegam aqui e percebem que agora podem ter uma profissão, que vai gerar renda e também mudar a vida delas. Esperamos expandir essas oportunidades para outros bairros de Macapá e demais municípios com o intuito de impactar ainda mais mulheres negras do nosso estado”, descreveu.
Durante o evento, as participantes receberam certificados de conclusão dos cursos. A atendente, Joice da Silva, de 38 anos, foi a primeira formanda a receber o certificado do curso de trancista, para ela a capacitação trouxe uma nova oportunidade profissional, pois sempre teve o sonho de trabalhar profissionalmente no ramo.
“Sempre fui apaixonada por tranças e até já fazia alguns penteados, porém não tinha técnica e nem o conhecimento necessário para expandir nesse ramo. Fico feliz com essa grande oportunidade que tive, espero aprimorar cada vez mais meus conhecimentos e me tornar uma grande profissional nesse mercado”, declarou Joice.
Na edição deste ano as vagas foram ofertadas para 120 mulheres que puderam participar gratuitamente dos cursos e capacitações de: trancista, serigrafia afro, corte e costura, maquiagem e biojoias.
Para apresentar os resultados do que as alunas aprenderam, a “Expo Afro” promoveu a comercialização dos produtos confeccionados nos cursos de fabricação de biojóias e artesanato; serviços do curso de trancista, além de apresentar no desfile de moda as peças produzidas nas aulas de corte e costura e serigrafia.
Afro Mulher
O projeto Afro Mulher tem como principal objetivo garantir a implantação, efetivação e ampliação das políticas públicas de igualdade racial.
A iniciativa passa a integrar o programa Amapá Afro, instituído em âmbito estadual pela Lei 1.519 de 2010. Trata-se de um grande programa que prevê ações permanentes para populações negras, quilombolas e tradicionais do Amapá, para garantir a igualdade racial em diferentes setores como: educação, cultura, saúde, habitação, infraestrutura, saneamento básico e diversos outros.
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