Com apoio do Governo do Estado, Festival de Iemanjá celebra ‘Rainha do Mar’ e valoriza manifestações ancestrais
Nesta sexta-feira, 2, evento reuniu devotos para cânticos e oferendas na orla do bairro Cidade Nova, em Macapá.
Festival de Iemanjá reuniu representantes de mais de 30 casas de religiões de matriz africana
A orla do bairro Cidade Nova, em Macapá, tornou-se um espaço de fé, história, renovação e valorização cultural nesta sexta-feira, 2. Com apoio do Governo do Estado, o Festival de Iemanjá reuniu representantes de mais de 30 casas de religiões de matriz africana, nos segmentos de Candomblé, Umbanda e Mina Nagô para cultuar a Rainha das Águas.
Organizado pela Federação de Cultos Afro-religiosos de Umbanda e Mina Nagô e pelo Fórum Afro-Ameríndio do Amapá, a celebração cultural é uma forma de resistência ao ocupando espaços públicos para combater a intolerância religiosa.
A diretora-presidente da Fundação Marabaixo, Josilana Santos, reforça que o festival marca um momento de espiritualidade e união, e que o dia é um passo adiante em uma luta histórica.
"O Festival de Iemanjá marca um momento gigante para todos nós, que trazemos dores históricas de repressão e resistência. Hoje, temos unidade para falar que aqui, neste local, valorizamos a nossa ancestralidade e nosso sagrado; aqui, podemos usar nosso branco e professar a nossa fé. Em uma gestão governamental, precisamos valorizar e contemplar todos os povos", reforça a diretora-presidente.
Durante a programação, houve a celebração musical ao som de hinos de religiões de matriz africana. Em seguida, os afro-religiosos lançaram as oferendas no Rio Amazonas para o orixá, em um momento que consideram sagrado: a fé se unindo à grandiosidade do maior rio do mundo.
Para a secretária de Estado da Cultura, Clícia Vieira Di Miceli, o apoio ao Festival de Iemanjá reforça a importância de políticas públicas para manifestações culturais laicas, combatendo represálias sociais e preconceitos.
"Às margens do Rio Amazonas, o Governo do Estado saúda Iemanjá através do fortalecimento da tradição herdada do povo africano, de sua fé e de ações afirmativas para combater a intolerância religiosa. Isso é resistência e equidade racial", reforça a secretária.
Ao som do hino da Umbanda, foi realizado o corte de bolo e distribuído para a população, em homenagem à Rainha das Águas. O pai de santo Fábio conta que o momento reúne crianças, jovens, adultos e idosos, sem distinção, para cultuar o orixá.
"Esta juventude que representa as casas de matriz africana, mostra que nossa história é linda e continuará a ecoar por gerações, e além disso, que segmentos como Umbanda e Candomblé são religiões abertas para todos”, afirma o religioso.
Durante a celebração, a pequena Rosana Priscila, de 8 anos, virou “mãe pequena” de sua Casa, e estava com a família para comemorar a ocasião. A mãe, Daniela Miranda, praticante do Candomblé e Umbanda, diz que é um orgulho e uma felicidade grande ver tradições e momentos históricos sendo seguidos pelas gerações.
"Sempre queremos o melhor para nossos filhos, e este momento, com toda a nossa comunidade, marca um novo ciclo para nossa casa. Estamos muito felizes de ver religiões de matriz africana sendo valorizadas, respeitadas e cada vez mais ganhando mais adeptos”, reforça Daniela.
Dia de Iemanjá, a Rainha do Mar
Iemanjá é considerada padroeira dos pescadores, jangadeiros e marinheiros. No Brasil, sua data é comemorada dia 2 de fevereiro e ela faz parte da parte do movimento do candomblé e de outras religiões afro-brasileiras.
Milhares de pessoas que cultuam a deusa se vestem de branco e peças floridas, levando suas oferendas para as praias e rios com a finalidade de renovar seus votos e agradecer bênçãos.
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