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Governo do Amapá reúne com organizações internacionais para construir planejamento de investimento sustentável

Com o REDD+, é possível ter acesso a recursos financeiros por meio da conservação ambiental.

Por Eduardo Belfort
21/03/2024 11h09

Com o REDD+, povos e comunidades tradicionais são recompensados por combater as mudanças climáticas

O Governo do Amapá reuniu representantes de instituições nacionais e internacionais aliadas à preservação ambiental para construir o planejamento da política de Redução das Emissões Provenientes do Desmatamento e da Degradação Florestal (REDD+). Trata-se de uma iniciativa que incentiva os investimentos sustentáveis, recompensando comunidades tradicionais que preservam a floresta. A ação faz parte do Plano de Governo para promover a inserção do Amapá no mercado de carbono. 

O REDD+  foi criado em 2005, com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, compensando financeiramente países em desenvolvimento com grande quantidade de florestas. Trata-se de um mecanismo que permite a remuneração daqueles que mantêm as florestas em pé, sem desmatar, e com isso, evitam as emissões de gases de efeito estufa associadas ao desmatamento e degradação florestal. 

Participaram do encontro representantes da Secretaria Estado do Meio Ambiente (Sema); Secretaria Colegiada de Povos Indígenas do Amapá (Sepi); da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ); da Conservação Internacional (CI-Brasil); do Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento (PNUD), e do Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé). 

Próximas ações

Para que o sistema funcione, é necessário ter uma estrutura de governança transparente e participativa, que atue ativamente desde o planejamento jurisdicional do sistema de REDD+, até a repartição dos recursos recebidos.

A coordenadora de Clima e Serviços Ambientais da Sema, Mariane Nardi, afirma que o conceito parte da ideia de incluir na contabilidade as emissões de gases de efeito estufa, aquelas que são evitadas pela redução do desmatamento e da degradação florestal.

“Através do planejamento de REDD+, podemos nos habilitar em um padrão de emissão de carbono internacional, transformando nossos índices altíssimos de conservação florestal em recursos ativos, e assim, criando políticas públicas e benefícios para a população”, afirma Mariane. 

Inclusão das comunidades tradicionais 

Para a secretária de Povos Indígenas, Sônia Jeanjacque, a participação efetiva de comunidades tradicionais do Amapá é fundamental, construindo políticas públicas voltadas para benefícios obtidos pela preservação ambiental realizada por estes povos.

“O Amapá é um estado que possui todas as suas terras indígenas demarcadas e homologadas, com altos índices de preservação. Com o REDD+, os direitos de povos indígenas, quilombolas, extrativistas e ribeirinhos são reforçados através de políticas efetivas”, reforça Sônia.

De acordo com a representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Sâmia Milena, é necessário recompensar povos e comunidades tradicionais por seus esforços em combater as mudanças climáticas.

“Para que o Amapá tenha acesso à recursos provenientes do REDD+, é necessário cumprir uma série de requisitos e padrões internacionais, e para isso, a Sema e seus parceiros, como a PNUD, vem trabalhando para que, o mais rápido possível, possamos direcionar recursos a quem mais precisa”, aponta Milena.

 

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