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Com enfermaria indígena, Governo do Amapá garante inclusão e atendimentos humanizados no Hospital da Criança e Adolescente

Espaço foi ativado em julho de 2023, com objetivo de facilitar a adaptação das crianças indígenas na unidade hospitalar.

Por Andreza Teixeira
27/03/2024 17h00

Enfermaria conta com redes e placas nas línguas wayana e apalai

O Governo do Amapá mantém, desde julho de 2023, uma enfermaria indigena no Hospital da Criança e Adolescente (HCA), com a proposta de reforçar o atendimento humanizado e inclusivo,  de acordo com os compromissos estabelecidos no Plano de Governo. Até o momento, mais de 230 pacientes receberam cuidados no espaço, que conta com quatro leitos adaptados com redes para as crianças e poltronas para acompanhantes. Também há banheiros e placas de identificação nas línguas wayana e apalai. 

O ambiente temático ajuda a fazer com que as crianças se sintam mais próximas do local em que vivem, facilitando os processos de internação e de recuperação. A indígena Imaripiry Kinauru considera que o ambiente acolhedor ajuda na recuperação da pequena Saory, de 1 ano, que deu entrada no hospital para tratar uma pneumonia.

“Estamos sendo bem tratadas, aqui temos parentes que falam nosso dialeto e ajudam na comunicação, as pinturas na parede aproximam a gente da aldeia e trazem um pouco de paz”, contou Imaripiry, que é da etnia Apalai. 

A coordenadora estadual da saúde indígena, Alessandra Macial, pontuou que, além desse espaço, todos os hospitais estaduais possuem intérpretes que auxiliam na comunicação entre os pacientes e profissionais de saúde.

“Temos os profissionais intérpretes que acompanham os pacientes para viabilizar o atendimento e garantir que ele seja bem assistido e que tenha um atendimento humanizado. Esse momento de entrega é muito importante e ajuda também no processo de construção de novas políticas no Estado”, afirma Alessandra.

O Eidge Tiriyó também está na enfermaria indígena acompanhando a filha Ediane, de 1 ano e 4 meses. Ele conta que, desde que deu entrada no hospital, foi bem acolhido. Para Tiriyó, ficar junto de outros indígenas lhe deixou mais confiante dentro do ambiente hospitalar. 

“Já estou há cinco dias com ela internada, o atendimento é bom e respeitoso, são todos muito atenciosos no cuidado com ela, estar próximo de outros indígenas ajuda na adaptação, agora estamos esperando pela recuperação total, para podermos voltar para nossa aldeia” relatou Tiriyó. 

A secretária de saúde, Silvana Vedovelli, explicou que o ambiente acolhedor auxilia na recuperação do paciente e diminui o tempo de internação. “Uma enfermaria temática não só mostra a cultura, mas acolhe nossos povos originários da melhor forma possível, para que se sintam no ambiente deles, favorecendo a saúde, seu tratamento e também na recuperação, que acaba sendo mais rápida quando o paciente se sente confortável", pontuou Vedovelli.

Atualmente, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) mantém intérpretes das etnias Karipuna, Galibi Marworno, Waiana, Apalai e Wajãpi em todas as unidades hospitalares para o acompanhamento dos pacientes e auxílio na comunicação.

 

 

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