‘Aula com Cheiro de Floresta’ leva conhecimentos ancestrais dos povos originários do Amapá para alunos da rede estadual
Projeto do Governo do Estado reuniu estudantes de Macapá e Oiapoque em um momento de interação cultural e partilha de experiências.
Alunos da Escola Indígena Jorge Iaparrá, em Oiapoque, trocaram experiências com alunos da zona urbanas da capital
Resistência e ancestralidade foram palavras-chave do terceiro dia do projeto “Aula com cheiro de Floresta”, do Governo do Amapá, que promoveu um intercâmbio cultural entre alunos da Escola indígena Jorge Iaparrá, em Oiapoque, e a Escola Estadual Nanci Nina da Costa, em Macapá. A atividade ocorreu nesta quarta-feira, 17, na Bibliogarden, espaço reservado a eventos culturais e de leitura, na zona sul da capital.
A abertura da programação foi marcada por um momento simbólico realizado pelo pajé da aldeia Manga, Cleudemir Batista, que pediu permissão aos ‘encantados’ (entidades da cultura indígena) para iniciar uma imersão em aprendizagem com os estudantes, que participaram de rodas de conversas sobre a cultura indígena e os cuidados com os recursos naturais do planeta, e do Turé, dança típica dos povos originários
“Esse projeto foi proposto pela Escola Estadual Indígena Jorge Iaparrá em uma experiência inédita, encantadora e necessária, que tem como objetivo a partilha de vivencias, de conhecimento entre alunos indígenas e não indígenas. Estão sendo dias de muita aprendizagem, de imersão entre as culturas”, explicou Alda. 
“Todas as falas compartilhadas nos fizeram pensar sobre a nossas raízes, sobre o sangue que corre em nossas veias, mas abrindo nossos olhos para o agora. Ouvir as histórias da vida real dos alunos indígenas nos faz refletir o quanto é urgente que coloquemos em pratica as soluções sustentáveis para o nosso modo de viver e que só assim podemos garantir vida para o nosso planeta”, observou a estudante.
“Está sendo uma oportunidade maravilhosa para desmistificar tabus em relação a nossa cultura, nossas formas de vestimentas, nosso cuidado com a natureza e os territórios que, para nós, são sagrados. Também tivemos contato com o que ainda não conhecemos da cultura urbana como os shoppings com suas escadas moveis e a praça beira-rio, que eu amei conhecer pelas belezas naturais que tem nela como o Rio Amazonas”, descreve Larissa. 
Abril da Resistência
Mais de 11 mil indígenas residem no Amapá atualmente, em 6 territórios, como os povos Galibi Marworno, Galibi do Oiapoque, Palikur, Karipuna, Wajãpi, Aparai, Wayana, Tiriyó e Katxuyana. O Governo do Amapá realiza uma programação especial neste mês com debates, exposições culturais e artesanais, para valorizar e promover políticas públicas aos povos originários.
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