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Comissão Mista Transfronteiriça debate proteção bilateral dos parques nacionais de Brasil e França

Representantes dos dois países reforçaram a necessidade de ações conjuntas para a conservação da Amazônia.

Por Cristiane Nascimento
13/06/2024 08h03

Proposta para fortalecer a relação ambiental e proteção dos ecossistemas foi apresentada no segundo dia da reunião, no Amapá

No segundo dia da 13ª reunião da Comissão Mista Transfronteiriça Brasil-França, nesta quarta-feira, 12, coordenada pelo Governo do Amapá, uma das abordagens foi a proposta de cooperação dos parques nacionais para fortalecer a relação ambiental entre os dois países, na área de fronteira, no extremo Norte do Amapá, com a Guiana Francesa.

A chefe do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, Fernanda Colares destacou o surgimento das tratativas entre as nações e os avanços, desde o início dos diálogos, para a proteção da floresta e a conservação da Amazônia.

"Nós tivemos durante a visita do presidente Macron, em Brasília, a assinatura de uma carta de intenção Brasil-França que prevê a possibilidade de cooperação entre dois parques nacionais que são fronteiriços. O Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, no lado brasileiro e Amazônico das Guianas, no lado do território ultramarino francês. Durante a Comissão Mista, os países mostraram a importância da conservação e proteção da Amazônia. A intenção é implementar o protocolo de intenções que foi assinado, trazendo para a nossa realidade", ressaltou.

Foram debatidas questões sobre a contextualização dos dois parques que compartilham desafios comuns, como o combate ao garimpo  ilegal,  a caça e a pesca irregular, mas também com grandes possibilidades de desenvolvimento.

"Esses dois parques representam uma porção significativa de proteção de uma área de conhecimento do biotivismo, conhecida como Escudo das Guianas, provavelmente uma das menos estudadas do planeta. Existe uma lacuna de conhecimento muito grande sobre a área que é também a mais protegida e intacta do planeta. Representa um potencial muito grande de cooperação de projetos coletivos, tanto no âmbito do monitoramento da biodiversidade como também no desenvolvimento das comunidades indígenas e quilombolas que vivem do lado guianense e também das comunidades do lado brasileiro", finalizou Fernanda.

Nos dois dias do evento, em Macapá, houve abordagens sobre essas grandes possibilidades de cooperação, projetos que podem ter protocolos cooperativos comuns, sobre os quais são os novos desafios a serem enfrentados, visando ações de campo que reflitam na proteção do território.

O diretor do Parque Amazônico da Guiana, Pascal Vardon, enfatizou a compatibilidade que há entre os dois parques, apesar das diferenças e particularidades existentes e ainda inexploradas.

"Somos vizinhos, mas daqui a pouco vamos ser parceiros para trabalhar juntos. É uma vontade política dos dois presidentes, o presidente Lula e Macron. A gestão dos parques é diferente, mas tem muitos pontos em comum. Nós temos espécies vivas, animais ou vegetais que são as mesmas, idênticas. Temos pressões nos ecossistemas que são as mesmas, ligadas à atividade humana, como o garimpo ilegal, mas também a evolução do clima. É muito interessante seguir essa evolução ano após ano sobre o plano científico, mas também sobre a perspectiva, da previsão do que pode acontecer, como vão reagir os espaços florestais que nós conhecemos e como vão se acostumar e se adaptar às pessoas à essas mudanças", concluiu.

Para as próximas agendas foram definidos alguns cenários que serão desenvolvidos, iniciando com a questão do protocolo de monitoramento da biodiversidade. Outro ponto abordado foi trazer incluir mais unidades de conservação também para esse cenário de cooperação, como a Floresta Estadual, a Floresta Nacional do Amapá, o Parque Nacional do Cabo Orange, o Parque Regional da Guiana também, que são duas unidades que protegem outro ecossistema que é os manguezais.

Também há possibilidades de início de um diálogo para a gestão dos dois parques grandes iniciativas para execução de projetos, busca de financiamentos, visando também o que pode ser apresentado na COP30 da Amazônia, que será em 2025, em Belém, no Pará.

 

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