‘Sou grata à corporação por ter me acolhido e tratado como qualquer outro aluno do curso’, diz primeira soldada trans dos Bombeiros do Amapá
Melissa Martel, de 25 anos, é uma das 249 formandas, que veio fortalecer o Governo do Estado.
A nova turma de soldados é composta por 249 soldados, 191 homens e 58 mulheres
O Governo do Estado empossou 249 novos soldados do Corpo de Bombeiros Militar, nesta terça-feira, 2, no Sambódromo, em Macapá. A cerimônia emocionante reuniu familiares e amigos da maior turma convocada pela corporação.
Melissa Martel, de 25 anos, é a primeira mulher trans a se formar. Ela disse que outras pessoas a incentivaram nessa trajetória e dedicou a conquista à mãe, Adriana Gomes.
“Sou muito grata ao Corpo de Bombeiros por ter me acolhido e tratado como qualquer outro aluno do curso. Fui forjada para ser bombeira, pronta para salvar vidas. Essa história não é só sobre mim, quero homenagear a Paula, primeira mulher trans do CBM do Pará e o Teo, primeiro homem trans do CBM do Rio Grande do Sul. Eles me fizeram sonhar e ter forças para conseguir concretizar meu desejo. Dedico essa conquista à minha mãe e à minha família”, disse Melissa, comovida.
A nova turma é composta por 249 soldados, 191 homens e 58 mulheres. Atualmente, o efetivo da corporação é de 1.253. Desses, 882 homens e 371 mulheres fazem parte do Corpo de Bombeiro Militar do Amapá.
Monique Silva Ramos, de 25 anos, também foi graduada. Após a cerimônia, acompanhada pela família, falou do sentimento de vitória de pertencer à corporação.
“Realizei um anseio e é gratificante, depois de ter enfrentado muitas situações. O apoio da minha família foi essencial para essa conquista. Considero minha profissão muito nobre e chegar até aqui vai me tornar não só uma profissional, mas um ser humano melhor, que vai ajudar a sociedade. Essa é uma realização coletiva”, pontuou a soldada.
Efetivo femininoA coronel do Corpo de Bombeiros, Karina, que está na corporação desde 2004 e representa o Amapá, no Comitê Nacional das Bombeiras Militares ligado à Liga Nacional dos Bombeiros Militares do Brasil, afirma que não há restrições para a entrada de mulheres nas corporações militares do estado e reforça a importância da corporação estar preparada para receber e acolher a todos.
“Somos em torno de 30% do efetivo feminino presente na corporação. Estamos à frente de muitos estados, porque ainda existe limite de cota para mulheres, preconceitos e limitações em outros lugares. O trabalho que desenvolvemos no Comitê Nacional, tem nos ajudado a progredir igualitariamente. O Amapá é um estado privilegiado, nossa corporação é inclusiva”, disse a militar.
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