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'Ele nos protege e nos abençoa', diz devota que mantém tradição de altar para São Tiago

Dona Maria Joaquina e família mantém tradição de mais de 100 anos da família.

Por Cássia Lima
25/07/2024 16h35

A fé, tradição e devoção do povo mazaganense está em todos os lugares da vila durante a festividade de São Tiago, organizada pela comunidade com apoio do Governo do Amapá. Cada família monta seu altar em frente às casas para a passagem do tradicional círio durante a programação do dia 25 de julho, ápice da festa. 

A dona Maria Joaquina dos Santos Silva, de 72 anos, nascida e criada no município de Mazagão, segue a tradição de manter um altar em casa com mais de 50 imagens de santos. Decorado especialmente para a festa de São Tiago, o espaço tem imagens da Virgem Maria, Menino Jesus, São Judas Tadeu, São Gonçalo, Divino Espírito Santo, Nossa Senhora da Piedade, entre outros.

“Desde de muito criança minha mãe pediu para eu cuidar do santuário e eu sigo essa tradição. São Tiago tem lugar especial, ele nos protege e abençoa”, conta dona Joaquina.

Neste período de julho, o altar recebe decoração especial com novas toalhas, flores e também imagens para a Festa de São Tiago, afirma Maria.

“Aqui está tudo lindo para São Tiago, esse aqui no embrulho ganhei de presente este ano, mas também tenho essa imagem de São Gonçalo que tem mais de 70 anos na família”, explica a idosa.

A tradição do altar foi iniciada pela mãe de Joaquina, também com o mesmo nome. Ela começou a tradição a mais de 100 anos para a novena do Divino Espírito Santo e conforme as festividades religiosas aconteciam, mais imagens chegaram no altar.

Fé e religiosidade

A tradição de montar e manter altar em frente as casas da vila de Mazagão remonta a religiosidade e fé dos moradores. Segundo o historiador Guaraci Pastana, essa cultura é parte do legado histórico do translado de da cidade de Mazagão localizada em Marrocos para a região no Amapá.

A vinda da cidade ocorreu por volta do século XVIII, quando Portugal estava enfrentando uma guerra no norte da África, na colônia localizada em Marrocos. Naquele período era 1ª ministro de Portugal, Sebastião José de Carvalho Neto, conhecido na história como Marques de Pombal.

“Em uma alternativa de guerra de expandir território e também de evitar conflitos, a cidade veio para o Amapá com mais de 80 famílias trazidas pelos navios São Joaquim e Santana”, explicou o historiador.

A religiosidade e fé também veio junto com a cultura cristã e também com a memória das guerras do povo marroquino. Estas histórias que remontam a festa de São Tiago, que representa as batalhas entre mouros e cristãos.

Atualmente, a tradição movimenta a comunidade em 12 dias de programação, que inclui a parte religiosa, cultural, e atrações artísticas no balneário às margens do rio Mutuacá.

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