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COMBATE AO CRIME ORGANIZADO

Segurança Pública do Amapá prende três pessoas durante ação de combate à entrada de ilícitos no Iapen

Resultado da segunda fase da 'Operação Murus' foi apresentado nesta terça-feira, 24, na sede da Sejusp, em Macapá.

Por Marcelle Corrêa
24/09/2024 21h30

Segunda fase da 'Operação Murus', que realizou a prisão de três pessoas, incluindo um policial penalDando continuidade à política do Governo do Amapá no combate à criminalidade, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Policia Civil (PC) e Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), apresentaram nesta terça-feira, 24, o resultado da segunda fase da 'Operação Murus', que realizou a prisão de três pessoas, incluindo um policial penal, suspeito de facilitar a entrada de ilícitos para dentro do sistema penitenciário.

Durante a operação realizada em Macapá, além do cumprimento dos mandados de prisão, foram apreendidos entorpecentes em pequenas quantidades, objetos utilizados para o consumo de drogas e um kit de energia solar completo, com painéis fotovoltaicos e inversor, avaliados em cerca de R$ 20 mil, todos adquiridos com recursos de origem suspeita, segundo a Polícia Civil. 

Além do cumprimento dos mandados de prisão, foram apreendidos entorpecentes em pequenas quantidadesA ação coordenada pela Divisão de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco/PC) iniciou em julho, após uma prisão realizada pela Delegacia Especializada em Tóxicos e Entorpecentes (Dete), envolvendo o policial penal suspeito, preso por crime de falsa identidade e posse de entorpecente para uso pessoal. 

Segundo o delegado Ismael Nascimento, titular da Draco, o agente estava com outros membros de grupo criminoso no local. Contra ele já havia uma investigação relacionada a tráfico de drogas. 

Delegado Ismael Nascimento, titular da Draco"A partir dessa prisão, a Polícia Civil intensificou as investigações e descobriu um esquema maior de introdução de ilícitos no sistema prisional, organizado pelo policial penal e outros integrantes do grupo. Segundo as investigações, um dos principais contatos do policial penal solicitava o transporte de drogas para presos dentro do Iapen fornecendo instruções detalhadas sobre horários e locais de entrega das substâncias ilícitas. Em troca, o policial penal suspeito recebia pagamentos por meio eletrônico, confirmando sua participação ativa no esquema", detalhou Nascimento.

O delegado pontua, ainda, que o servidor e outro contato utilizavam mensagens codificadas para se referirem aos materiais ilícitos, informando a logística das entregas, além de orientações para apagar as conversas, em uma tentativa de ocultar provas e dificultar a investigação. Nascimento também informou que o policial penal, supostamente, utilizava uma motocicleta e um carro para realizar o transporte de drogas e outros itens ao instituto penitenciário. 

Também foram encontrados objetos utilizados para o consumo de drogas e um kit de energia solar completo"Esses veículos foram apreendidos em cumprimento a ordem judicial de sequestro de bens, resultado de representação da Draco. A investigação também levantou evidências de que o suspeito mantinha um padrão de vida incompatível com sua renda declarada, frequentemente realizava viagens, passeios e participava de festas eletrônicas, compartilhando suas atividades nas redes sociais. Esse estilo de vida, desproporcional à sua renda oficial, reforçou as suspeitas de que seus bens e despesas eram financiados por atividades criminosas", finalizou o delegado.

As investigações continuam com a análise detalhada dos dispositivos eletrônicos e das comunicações interceptadas para identificar outros possíveis membros do esquema criminoso. 

O policial penal, supostamente, utilizava uma motocicleta e um carro para realizar o transporte de drogas

Ações contínuas 

O secretário de Segurança Pública, José Neto, enfatizou que todo e qualquer tipo de crime será combatido pelas forças de segurança do Amapá e ações ostensivas e investigativas continuarão para reprimir a corrupção.

Secretário de Segurança Pública, José Neto "A melhoria do sistema penitenciário é uma das principais vertentes da Sejusp e pregamos isso desde o início da gestão. Uma das frentes do nosso trabalho é justamente combater a corrupção interna no Iapen. Ações como a 'Murus', da Polícia Civil, e tantas outras operações que acontecem desde o ano passado vão continuar para que a gente consiga de fato, digamos assim, tirar as 'maçãs podres'. É uma minoria, pouquíssimos servidores que praticam delitos e temos ciência disso", frisou José Neto.

O diretor do Iapen, delegado Luiz Carlos Gomes Junior, detalha as várias medidas adotadas no instituto para combater a entrada de materiais não permitidos, como os aparelhos celulares e entorpecentes. Devido à intensificação das revistas e perícia dos profissionais, houve recentemente o registro de diversas apreensões de drogas, quando visitantes tentaram burlar a segurança da penitenciária.

Diretor do Iapen, Luiz Carlos Gomes Junior"Além dos vários procedimentos de rotina, tem também esse trabalho de colaboração com as demais forças de segurança pública. A Polícia Penal apoia essas investigações, pois são servidores que também combatem essa prática corrupta lá dentro da penitenciária, ajudando a desarticular e enfraquecer os grupos criminosos", completou o diretor.

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