'Quem preservou e protegeu também tem condições de gerar riquezas', defende governador Clécio Luís sobre a bioeconomia no Amapá

Encontro virtual reuniu gestores públicos, grandes empresas e investidores para falar de empreendedorismo na AmazôniaTendo a bioeconomia como uma estratégia da gestão para o desenvolvimento econômico do Amapá, o governador Clécio Luís defende que os bons indicadores ambientais impulsionem o equilíbrio social e econômico. Por ter esse olhar, o governador foi painelista do webinar “Inovação Amazônica na Bioeconomia: impacto para a agenda climática global”.

Governador Clécio Luís palestrou no webinar “Queremos mostrar ao mundo que quem preservou e protegeu também tem condições de gerar riquezas para os seus. Existe uma realidade que pode ser melhorada a partir da verticalização econômica. Mas não queremos a qualquer custo, e sim com estratégias que permitam mostrar o Amapá como exemplo de equilíbrio entre a preservação e o desenvolvimento econômico e social para quem vive na Amazônia”, ressaltou o governador.

Organizado pelo Governadores pelo Clima e Floresta (GCF), o evento foi realizado em parceria com o Fundo de Investimento KPTL, Pacto Global da ONU, Kyvo Design-Driven Innovation, Aspen Network of Development Entrepreneurs (ANDE) e Grupo +Unidos.

O encontro virtual reuniu gestores públicos, representantes de grandes empresas e investidores para mostrar a importância do fomento ao ecossistema de inovação e empreendedorismo da Amazônia como solução para manutenção da floresta viva e restauração de territórios devastados pela atividade humana.

Guilherme Manechini, da Kyvo"É preciso se repensar negócios, modelos produtivos, inovar e é preciso aprender com as comunidades tradicionais. A gente enfrenta os efeitos severos de uma crise climática e incorporar esses aprendizados acho que é um dever de todo e qualquer projeto da iniciativa privada e pública. E a gente tem ótimos exemplos de inovação startups vindas do Amapá", pontuou Guilherme Manechini, da Kyvo Design-Driven Innovation, consultoria global de inovação.

O aspecto de considerar que os amazônidas podem contribuir para o desenvolvimento do estado e do país, citado pelo governador Clécio Luís, conduziu o debate no webinar no sentido de entendê-los como agentes capazes de liderar e participar ativamente das mudanças no mercado.

"Eu atuo há 27 anos com o desenvolvimento sustentável na Amazônia. Quando eu comecei não existia investimento ligado a isso, mas tinha uma preocupação recorrente que era como fazer com que as pessoas acessem o que lhes é de direito e melhores condições de vida. A questão ambiental é muito importante, mas a vida que corre aqui precisa ser muito cuidada", defendeu José Mattos, diretor nacional da ANDE no Brasil, rede de empreendedorismo que apoia economias emergentes em âmbito global.

CEO da Yara Couro, startup amapaense que transforma resíduo da pele do peixe em couro, Bruna Freitas destacou o novo cenário de possibilidades para empreender no Amapá.

"Juntamos o problema do descarte incorreto de peles de peixe ao da produção de couro. A gente estuda a fundo para desenvolver tecnologias ecologicamente corretas nesse processo produtivo. Nós não fazemos nada sozinhos. Temos aqui um parceiro, que é o governo do Estado, que oferece esse ambiente propício para a bioeconomia. Isso é importante, porque a gente precisa ter um olhar diferenciado para conseguir executar certas tarefas", comentou Bruna.

Para fortalecer o desenvolvimento local por meio da cultura inovadora, o Governo tem adotado uma série de ações. Na segunda, 14, foi iniciada a construção do primeiro Hub de Inovação do Estado, no antigo Macapá Hotel. O espaço será destinado ao trabalho cooperativo com coworking, laboratórios, salas de reunião e auditórios, para proporcionar capacitações, eventos de ideação, encontros entre empresas e investidores (pitch day) e mentorias.

Também está em processo de construção o Plano Estadual de Apoio à Sociobioeconomia, que mapeia o mercado sustentável e busca fortalecer as cadeias produtivas locais como a do açaí e do setor florestal. O documento será um dos projetos a serem apresentados pelo Amapá na 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP30. O evento ocorrerá em Belém, no Pará, em novembro de 2025.

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