Horta Show: alunos da Escola Bosque, em Macapá, desenvolvem projeto de dessalinização da água para cultivo de hortaliças

Projeto de Educação Ambiental é desenvolvido por alunos da Escola Bosque do AmapáUm projeto de educação ambiental desenvolvidos por alunos e professores da Escola Bosque, no distrito do Bailique, em Macapá, está transformando a água salinizada em potável e contribuindo para a alimentação saudável das famílias. Chamada de "Horta Show", a iniciativa cultiva hortaliças, que são distribuídas na comunidade.

O trabalho iniciou em 2023, quando os estudantes, orientados pelos professores, construíram um protótipo para manter a irrigação da horta, mesmo no período de estiagem, quando o mar avança sobre o rio Amazonas e saliniza a água. Aplicando conteúdos de ciências da natureza, biologia, química e física, as turmas conseguiram separar o sal da água e manter a plantação.

A Amylee Gabrielly Santana, de 16 anos, cursa o 2º ano e participa do projeto. Ela explica que a Horta Show também utiliza troncos de árvores ocas, muito encontradas na região, para servir como base no plantio das sementes.

Amylee Gabrielly Santana é uma das alunas do 'Horta Show'“Utilizamos o que mais temos na região, os troncos. Tivemos a ideia de desenvolver o projeto, pois vivemos basicamente do plantio de renda, e no período de agosto à dezembro, quando a água do rio fica salgada, precisamos usar o dessalinizador caseiro para retirar o sal da água e irrigar as hortas. Desenvolvemos esse tratamento e a água passa a ser potável", explicou Amylee.

O projeto foi um dos destaques da Feira de Ciência e Engenharia do Estado do Amapá (Feceap), sendo selecionado para a Expo Nacional Milset Brasil, que ocorreu em maio, em Fortaleza este ano. Além disso, o protótipo também foi reconhecido no Encontro de Projetos de Iniciação Científica, realizado no município de Porto Grande, pela Escola Estadual Elias Trajano.

Horta Show utiliza troncos de árvores ocas para a base do plantioAlém do uso de troncos de árvores, o Horta Show também utiliza garrafas pet, promovendo o reaproveitamento sustentável do lixo e o bambu. Em ambos os casos, a plantação fica em áreas de sombra, para diminuir a absorção do calor.A jovem estudante ribeirinha conta que a intenção é reproduzir o projeto em outras comunidades e ampliar o cultivo para plantas medicinais.

“O próximo desafio acontecerá no período de 18 a 22 de novembro, quando participaremos da Mostra de Ciência e Tecnologia do Instituto Açaí, que acontecerá em Belém, no Pará. Nosso maior objetivo é termos condições financeiras para ensinar outras comunidades a construir o mecanismo que nos ajuda tanto", finalizou Amylee.

O arquipélago do Bailique tem cerca de 8 mil habitantes, espalhados por oito ilhas, e fica a cerca de 200 quilômetros da sede de Macapá. Só é possível acessar a região por barco. A comunidade sobrevive com a pesca, a agricultura familiar e o cultivo de açaí.

Arquipélago do Bailique é distrito de Macapá

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