Debate discute encantaria poética na Folia Literária Internacional do Amapá, promovida pelo Governo do Estado
Momento encerrou o ciclo de debates no Parque do Forte, em Macapá.
Evento aconteceu no Parque do Forte, em MacapáO escritor e poeta paraense João de Jesus Paes Loureiro foi o palestrante convidado da última mesa de debates da Folia Literária Internacional do Amapá, promovida pelo Governo do Estado. A ação ocorreu no domingo, 10, no Parque do Forte, em Macapá, e abordou a encantaria como parte da poesia sobre a Amazônia.
Mediado pelo escritor e poeta amapaense Joãozinho Gomes, o momento reuniu visitantes e entusiastas da literatura. Para abrir a mesa de debates, o público recebeu a intervenção artística da líder religiosa de Umbanda, Camila Nobre, que representou os encantados a partir da performance de entidades como Cabocla Jurema e Cabocla Herondina.
Público recebeu a intervenção artística da líder religiosa de Umbanda, Camila Nobre
O conceito de encantaria
Paes Loureiro define a encantaria como um Olimpo submerso nos rios da Amazônia, onde habitam os encantados, que são os deuses da cultura amazônica. Ela se materializa com as lendas e mitos da floresta, como os botos, as iaras, a mãe do rio e as entidades do fundo das águas, mas também pode se manifestar pelas religiões de matriz africana.
“Os encantados são os personagens que moram no fundo do rio e nas brenhas das florestas. A minha intervenção foi transformar essa imagem da encantaria em um signo poético, dizendo que ela influencia o processo de criação da poesia”, destacou Paes Loureiro.
Escritor e poeta paraense João de Jesus Paes Loureiro
O professor Fabrício Lemos, pesquisador da área de Letras, esteve presente na palestra como ouvinte, e também deu suas contribuições, ressaltando a importância da poesia na Amazônia.
“A Amazônia merece ser ouvida dentro das suas particularidades e como uma cultura própria, e a presença de Paes Loureiro aqui no Amapá, fomentando essa discussão é de grande importância, explicando sobre a encantaria, que acaba tendo um significado bastante particular para cada um que a conhece”, disse o professor.
Joãozinho Gomes, que declamou algumas poesias de Paes Loureiro, ressalta a importância da encantaria para o seu próprio processo de criação.
“Para mim, a encantaria é uma forma de enxergar a arte dentro do imaginário popular. É uma forma muito inventiva de um povo. Na minha trilogia de livros eu faço o uso da encantaria, utilizando-a na criação dos nossos próprios mitos”, disse o autor.
Joãozinho Gomes foi o mediador da roda de conserva
Folia Literária
A Folia Literária Internacional do Amapá é coordenada pela Secretaria de Estado da Cultura, em parceria com a Organizações Culturais da Amazônia (OCA Produções), e apoio dos senadores Davi Alcolumbre e Randolfe Rodrigues. O evento visa fortalecer o mercado editorial, apresentar escritores, músicos e formar novos leitores.
Durante a programação, artistas, livrarias e editoras estão expondo obras literárias, participando de rodas de conversa, mesas temáticas, sessões de autógrafos, lançamento de livros, ministrando oficinas e realizando shows musicais. Há ainda, espaços infanto-juvenil, além de lugares para vendas de livros e de artesanato, praça de alimentação, sala de leitura e apresentações culturais.
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