Atletas amapaenses enxergam o Programa Bolsa Esporte como ferramenta de transformação

O anúncio da bolsa foi feito junto com a recepção do atleta Venilton Torres Teixeira, que se tornou símbolo do esporte no Amapá pela determinação aliada ao ótimo desempenho, que garantiu ao atleta a vaga nas Olímpiadas do Rio 2016.

Gabriel Nascimento e José Victor Sandim que garantiram vaga na seleção brasileira juvenil de taekwondo, no último sábado, 19, após a disputa do Grand Slam, em Vitória (ES), também compartilharam deste novo momento vivido do esporte amapaense.

“Uma nova página começa a ser escrita. É um misto de emoções que tento administrar dentro de mim. Se hoje comemoro esta vitória devo as pessoas que acreditaram no meu potencial. Só quem é atleta e vive do esporte sabe a importância que essa bolsa terá em nosso rendimento e no dia a dia de cada um de nós”, falou, em tom emocionado, o atleta Venilton Torres.

A transformação chegará também na vida de anônimos como o pequeno Lucas dos Santos. Sem as duas pernas, o menino tímido, de apenas 12 anos, encontrou no esporte o sentido da vida. Há apenas três anos praticando jiu-jitsu, o atleta se tornou bicampeão brasileiro na modalidade.  A mãe, Jade Santos, orgulhosa das conquistas filho, carregava com ela a angústia de não poder investir mais no garoto, pois a renda mensal de R$ 700 mal dá para manter Lucas e os outros dois filhos.

“Essa bolsa representa o futuro do meu filho. Com ela, poderei comprar o kimono, pagar o transporte, e claro, garantir que ele vá aos treinos bem alimentado”, detalhou a mãe do atleta. 

Para o técnico da Seleção Brasileira de Taekwondo, Júnior Maciel, a bolsa representa mais que um incentivo e sim a ponte para que possam ser revelados inúmeros potenciais no esporte amapaense. “O Amapá tem muitos atletas iguais ao Venilton, e o que precisava era justamente desta ferramenta. O apoio é fundamental para sobreviver no meio esportivo”, disse.

O governador do Amapá, Waldez Góes, reforçou mais uma vez que apoiar o esporte amapaense é uma bandeira do Governo. “Nossa gestão tem respeito pelo esporte e sempre estará disponível para contribuir. O Programa Bolsa Esporte nasceu da contribuição que cada atleta e federação tem dado. Recebemos as demandas e somos cientes das dificuldades, por isso, nos dedicamos para que essa bolsa se tornasse uma realidade”, ressaltou Waldez.

Programa Bolsa Esporte no Amapá

O Programa Bolsa Esporte destina benefício de um a quatro salários mínimos para fomentar atividades esportivas em diversas modalidades. O objetivo é que os competidores atinjam índices competitivos para disputas nacionais e internacionais.

Existem quatro critérios técnicos de acesso ao benefício. Todos os requisitos são condicionados ao rendimento dos esportistas nos Jogos Estudantis Amapaense e Nacional, além de outras competições em nível local, nacional e internacional, promovidas pelas respectivas federações de cada modalidade esportiva.

O primeiro critério exige que o competidor esteja entre os três primeiros colocados da competição local mais importante na sua modalidade. O segundo requisito é similar ao primeiro, porém observa os resultados dos atletas em nível nacional, com classificação até a sexta colocação. Em ambos critérios, nas modalidades coletivas, o direito à bolsa esporte se dará por rendimento individual dentro das equipes. O mesmo parâmetro de colocação, em equipe e no individual, também vale para competições internacionais.

Os terceiro e quarto critérios técnicos regularizam o ingresso de paratletas no programa. Eles seguem a mesma dinâmica dos dois primeiros nas categorias coletivas e individuais, e etapas estadual, nacional e internacional. No entanto, definem o acesso à bolsa com classificação até a sexta colocação.

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