‘Vou continuar estudando para depois ensinar meu povo’, diz indígena em curso de graduação apoiado pelo Governo do Amapá

Buscando promover a educação de qualidade para todos os povos, alcançando todo o estado, o Governo do Amapá firmou parceria com a Universidade Federal do Amapá (Unifap) para promover o curso de licenciatura intercultural indígena, com o objetivo de formar 70 profissionais da educação para atuação em escolas indígenas amapaenses.

Um dos alunos contemplados é Keopas Retz Tiriyó, do povo Tiriyó, cuja comunidade está localizada dentro do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque. Ele conta que mora na capital há muitos anos por conta dos estudos, mas que sonha em retornar às suas origens.

“Eu vim aqui para Macapá estudar e ainda não voltei para a aldeia. Agora eu entrei aqui na universidade, graças a Deus, e vou continuar estudando para depois ensinar meu povo”, conta Keopas.

Essa é a primeira vez que um curso público abrange a formação de professores para o ensino fundamental 2 e ensino médio, além da docência para os anos iniciais voltado à educação indígena. Durante os quatro anos de graduação, todos os estudantes terão suporte da Secretaria de Estado da Educação (Seed) para logística e transporte entre a capital e as comunidades indígenas.

A iniciativa beneficia nove etnias de todo o Amapá e Norte do Pará. São elas: Wajãpi, Tiriyó, Palikur, Karipuna, Kaxuyana, Galibi-Marworno, Galibi-Kali´nã e Apalai. Com a formação, os profissionais poderão atuar em qualquer uma das 54 escolas indígenas amapaenses.

O curso de licenciatura intercultural indígena faz parte do Programa de Formação Continuada de Professores (Parfor) Equidade, visando a capacitação de docentes dentro dos aspectos culturais e históricos dos povos tradicionais. As aulas serão ministradas no campus Marco Zero da Unifap, em Macapá.

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