'Tenho orgulho! Já fiz 674 partos e considero todos meus filhos', celebra parteira tradicional do Amapá
Representada por Maria Luíza, de 68 anos, de Mazagão Velho, o Governo do Estado homenageia todas as profissionais nesta segunda-feira, 20, Dia Nacional da Parteira Tradicional.
É com orgulho que Maria Luíza, aos 68 anos de idade, celebra as 674 crianças que ajudou a trazer ao mundo. Nesta segunda-feira, 20 de janeiro, Dia Nacional da Parteira Tradicional, o Governo do Amapá homenageia e valoriza essas profissionais, representadas por uma das primeiras do estado, Francisca Luzia da Silva, a filha de escravos que dá nome ao Hospital da Mulher Mãe Luzia, em Macapá.
“Tenho muito orgulho. Considero todos meus filhos também. O primeiro deles está com mais de 50 anos, então com muita fé em Deus já fiz 674 partos. Eu vivo tão feliz, que graças a Deus todas as mulheres que eu partejei estão com vida, com os filhos bonitos. Muitos são professores, médicos e enfermeiros. Tenho meu sonho realizado, tanto de parteira como de me formar em técnica em enfermagem”, celebrou Maria Luíza.
A parteira, que é de Mazagão Velho, abraçou a profissão há mais de 50 anos. Assim como milhares de mulheres espalhadas pela Amazônia, Maria Luíza iniciou cedo, ainda menina, aos 17 anos de idade fez o primeiro parto da sua vida.
"Nunca vou esquecer quando peguei aquele menino nas minhas mãos", recorda, emocionada.
Mulheres com sabedoria popular e medicinal, que atuam em regiões de difícil acesso como as comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas, as parteiras foram reconhecidas por unanimidade pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio cultural do país, com o registro de "Ofício, Saberes e Práticas das Parteiras Tradicionais do Brasil". A lei nº 13.100/2015 instituiu 20 de janeiro como Dia Nacional da Parteira Tradicional, reconhecendo a assistência ao parto domiciliar baseadas em saberes e práticas tradicionais.
Mãe Luzia
O Amapá tem como uma de suas referências, Francisca Luzia da Silva, uma das primeiras parteiras do território amapaense. Nasceu em 9 de janeiro de 1854 e faleceu aos 100 anos, em 24 de setembro de 1954. Homenageada pelo trabalho humanizado, ela dá nome à maternidade de Macapá, o Hospital da Mulher Mãe Luzia (HMML).
À época, as mãos e a experiência de Mãe Luzia trouxeram centenas de vida. Ganhou o título de "Mãe Luzia" do coronel Coriolano Jucá, intendente (espécie de prefeito) de Macapá em 1895, que convidou-a para trabalhar como parteira, com remuneração de um salário. (Com informações do blog do historiador Edgar Rodrigues)
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