Fundação de Saúde do Amapá usa pintura como terapia para pacientes internados no anexo do Hospital de Emergências de Macapá
Atividade proporciona momentos de entretenimento e bem-estar durante a internação, auxiliando no tratamento e na recuperação mais célere..
De forma inédita no estado, a Fundação de Saúde do Amapá promoveu uma atividade de pintura para pacientes internados no anexo do Hospital de Emergência (HE) de Macapá. A ação, na última quinta-feira, 30, teve como objetivo proporcionar momentos de entretenimento e bem-estar durante a internação.
O serviço de psicologia do anexo do hospital realizou uma triagem para identificar os pacientes aptos a participar da atividade terapêutica em uma sala preparada especialmente para o desenvolvimento da atividade.
“Nós fizemos uma triagem das pacientes que já estavam internadas há algum tempo no anexo do HE, e aquelas que puderam se locomover, trouxemos para o espaço que estava totalmente preparado, onde realizamos a atividade de pintura como forma de livre expressão. A pintura é algo inédito. Nunca tínhamos realizado essa atividade específica como terapia”, afirmou Lúcia Costa, psicóloga do anexo do HE.
Glaucilene Dias Gomes, de 41 anos, internada há cinco dias com síndrome ictérica, aumento da bilirrubina no organismo, relatou que a atividade despertou momentos nostálgicos com muitas lembranças da infância.
“Esse desenho me fez recordar minha infância. Sempre desenhava coqueiros, o sol. Esses bonequinhos representam meus filhos, de quem estou com saudades. Também desenhei meus dois gatinhos e meu cachorrinho, que sinto muita falta. Essa iniciativa é muito boa porque nos tira da sala, nos faz caminhar um pouco. Gostei bastante”, afirmou Glaucilene.
“Então, não é só coisa de criança, como muitas pessoas acham. É a questão do lúdico que pode ser trabalhado também com os adultos. Se vocês observarem depois os desenhos, para elas, com certeza, terão algum significado especial”, disse Lúcia Costa, psicóloga.
Maria Rosa da Cruz da Silva, de 72 anos, está internada há nove dias para tratamento da diabetes e teve seu primeiro contato com a pintura durante a ação. Para ela, além de distrair, a experiência possibilitou interação com outros pacientes e a equipe hospitalar.
“Estou desenhando umas frutinhas que vejo na frente da minha casa. No leito, eu me sentia triste e desmotivada, mas aqui, com os amigos, conversando, me distraindo, me sinto muito mais alegre e fortalecida para conseguir uma rápida recuperação”, conta Maria Rosa.
A equipe do anexo do HE garante que a pintura, tradicionalmente recomendada para crianças no ambiente hospitalar, tem se mostrado eficaz também para adultos, ajudando a aliviar sintomas físicos e psicológicos, além de reduzir a ansiedade. A atividade se enquadra na arteterapia como uma estratégia de acolhimento aos pacientes.
Liliane Pinheiro, também psicóloga do anexo do HE, destacou os benefícios emocionais da atividade. “Nosso objetivo com a arteterapia é fortalecer a interação social e reduzir a ansiedade dos pacientes. Durante a pintura, eles desenvolvem concentração, resgatam memórias afetivas e expressam emoções. Isso contribui para o equilíbrio da saúde mental e promove uma sensação de bem-estar, ajudando a enfrentar a internação”.
Além da pintura, outras atividades terapêuticas são promovidas regularmente pela equipe hospital da Fundação de Saúde, como musicoterapia, bingo musical e tardes de jogos com dominó e baralho. A mais recente iniciativa é o "passeio terapêutico" com arteterapia, realizado todas as quintas-feiras. A primeira edição em pintura foi bem recebida pelos pacientes.
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