Hospital da Mulher Mãe Luzia acolhe casal de surdos usando linguagem de sinais, em Macapá

Viver a experiência do primeiro parto foi um desafio para Jhenifer Silva dos Santos, que é surda. Mas, ao buscar atendimento no Hospital da Mulher Mãe Luzia, em Macapá, a paciente se surpreendeu com o acolhimento inclusivo recebido. Ela contou com uma profissional capacitada em Libras, a Língua Brasileira de Sinais. 

“Tive medo e fiquei muito nervosa quando a bebê nasceu. Senti amor pela minha filha desde o início da gravidez, e só queria que ela ficasse bem. Estava ansiosa pelo parto, mas fiquei com medo de não ser cuidada e não entender o que estava acontecendo com a bebê, por causa da comunicação", explicou a mãe.

A responsável pelo atendimento inclusivo foi a técnica em enfermagem, Dulciane Diniz, que é especialista em aleitamento materno. Ela e outros 19 servidores da unidade de saúde concluíram, em dezembro, um curso de qualificação em Libras, iniciativa promovida pelo Governo do Amapá, Associação de Tradutores e Intérpretes de Libras-Português (Astilap) e Ministério Público Estadual.

“Fiquei emocionada com a oportunidade de fazer esse atendimento especializado, foi bem gratificante. Percebemos que a paciente se sentiu mais acolhida, conseguiu expressar seus sentimentos, e eu me senti uma profissional mais útil ao poder atendê-la, e explicar as técnicas de amamentação", contou Dulciane.

O marido de Jhenifer, Matheus Amaral Lopes, também é surdo e acompanhou todo o atendimento. Quando a técnica não estava presente, a mãe dele, Andreia Amaral, era quem auxiliava na comunicação com os profissionais de saúde.

“O atendimento da equipe de enfermagem e dos médicos foi muito bom. Eles ensinaram, tiraram as dúvidas e fizeram todos os exames. Eu não sabia que o hospital contava com profissionais que sabem se comunicar por meio da linguagem de sinais. Foi muito bom saber que podemos ser compreendidos. Agora estou muito feliz e só quero aproveitar minha filha", celebrou o pai.

O casal de surdo são pais da pequena Luna Sophia, que nasceu no dia 15 de fevereiro, de 8 meses. A avó agradeceu a cada profissional do Hospital da Mulher, que conseguiu se comunicar com os pais e tornou a experiência deles, mais emocionante.

“O diferencial aqui no hospital foi o acolhimento dos médicos, das enfermeiras, tudo muito solidário com a diferença, e com as dificuldades deles. Foi um momento preocupante e delicado para nós enquanto família, mas o acolhimento dentro da maternidade fez a diferença, a barreira da comunicação foi vencida pela humanidade, acolhimento e pelo cuidado com as pessoas", celebrou Andreia.

Um dos momentos mais marcantes para Jhenifer foi conseguir amamentar Luna. Ela contou com o apoio da técnica Dulci e da enfermeira Shaienny  Marques, do Banco de Leite Humano do hospital. Por meio da linguagem de sinais, a mãe entendeu qual o posicionamento correto para a pega, e tirou dúvidas sobre o processo.

“Eu precisei de muita ajuda porque não sabia como dar mama, não entendia muito bem o que falavam. Quando a enfermeira e a especialista em amamentação explicaram tudo em Libras, fiquei me sentindo bem melhor. Estava com medo de ir para casa porque não estava conseguindo dar mama, mas as meninas que trabalham no Banco de Leite me ensinaram. Agora estou segura e já quero ir para casa cuidar da minha filha", concluiu a jovem.

Fique por dentro das notícias do Governo do Amapá no ==> Instagram e Facebook.
Tá no ZAP ==> Entre no grupo de WhatsApp e receba notícias em primeira mão aqui!