'Essencial porque cada aluno tem necessidades específicas', diz professora sobre capacitação do projeto 'Laços da Inclusão'

O Governo do Amapá realizou até esta quarta-feira, 12, a nova etapa do projeto "Laços da Inclusão: Estratégias e Práticas Pedagógicas Inclusivas no Contexto Escolar", que capacita profissionais da educação para fortalecer a inclusão escolar. O evento aconteceu na Faculdade Estácio da Zona Sul, em Macapá, reunindo cerca de 370 educadores, entre técnicos, gestores, professores da rede estadual de ensino e profissionais do Atendimento Educacional Especializado (AEE), divididos em duas turmas de manhã e tarde.

A formação continuada para professores da educação especial é essencial para garantir que a inclusão escolar seja de fato eficaz. Entre os 370 capacitados, está a professora Alessandra Rafaela Guedes Braga, que atua na Escola Estadual Dom Aristides Pirovano há um ano e ressaltou o impacto positivo da capacitação em sua prática pedagógica. 

“A capacitação é essencial porque a educação especial é muito dinâmica. O público-alvo é amplo e cada aluno tem necessidades específicas, então precisamos estar sempre aprendendo e nos aperfeiçoando", afirmou Alessandra.

Segundo ela, a formação oferece subsídios para flexibilizar avaliações, adaptar conteúdos e implementar o Plano Educacional Individualizado (PEI) de maneira mais eficiente. Além disso, a formação presencial tem um impacto muito maior porque permite a interação com colegas e outras realidades. Para a educadora esse intercâmbio de ideias torna o aprendizado mais enriquecedor e aplicável.

Coordenado pela Secretaria de Estado da Educação (Seed), o "Laços da Inclusão" tem sido um pilar na formação continuada de profissionais que atuam na educação especial e na sala de aula regular. O objetivo é garantir que a inclusão escolar não se limite apenas ao atendimento educacional especializado, mas se torne uma realidade em todo o ambiente escolar. A programação inclui palestras, mesas redondas e momentos de debate, abordando temas como ensino colaborativo, avaliação e planejamento pedagógico para alunos com deficiência e transtorno do espectro autista. 

Além dos desafios técnicos, a assistente administrativa do Núcleo de Educação Especial Inclusiva (Nees), Ariane Luna, trouxe um olhar sobre as dificuldades enfrentadas pelos alunos com deficiência. Para ela, a maior barreira ainda é a falta de consciência e empatia dentro do ambiente escolar. 

“Se a escola toda não estiver imbuída no propósito de incluir, respeitar e ter empatia, fica muito difícil a convivência”, destacou Ariane.

 Ela reforça que a integração entre professores da educação especial e da sala regular é essencial para garantir o desenvolvimento dos alunos. Outro ponto enfatizado durante a capacitação foi o papel fundamental da família na inclusão escolar. Ariane, que tem paralisia cerebral decorrente de um nascimento prematuro, compartilhou sua experiência e destacou a importância do apoio familiar nesse processo. 

“A família é uma mola propulsora, tanto para cima quanto para baixo. Ela precisa enxergar a potencialidade da pessoa com deficiência e ajudá-la a se desenvolver”, concluiu a profissional. 

Avanços e expansão do projeto

Desde o seu lançamento, em agosto de 2023, o "Laços da Inclusão" já impactou mais de 1.200 profissionais da educação em Macapá e outros municípios. Em agosto de 2023, o projeto atendeu 420 professores na primeira edição. Em outubro do mesmo ano, capacitou 300 cuidadores e 80 professores de ensino especializado e profissionais de apoio educacional. Além disso, ações formativas foram realizadas em municípios do interior, incluindo escolas do campo, indígenas e unidades voltadas à Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Outro destaque foi o 1º Seminário de Pesquisa sobre Inclusão e Possibilidades para Pessoas com Deficiência, realizado em dezembro de 2023, que consolidou o debate sobre estratégias educacionais inclusivas.

Foto: Luan Macêdo/Seed

O objetivo da capacitação é garantir que a inclusão escolar não se limite apenas ao atendimento educacional especializado, mas se torne uma realidade em todo o ambiente escolar.

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