‘Eu Te Vejo’: projeto restaurativo educa profissionais de saúde da Unacon sobre escuta humanizada e harmonia no trabalho
Atividade aconteceu no Fórum de Macapá, e contou com dinâmicas, escuta coletiva, cuidado com as emoções e fortalecimento de conexões e vínculos.
Servidores da Unidade de Alta Complexidade Oncológica (Unacon) participaram de uma tarde terapêutica com roda de conversa e atividades que incentivaram vínculo entre colegas de trabalho. A iniciativa, intitulada ‘Eu Te Vejo’, é um projeto de justiça restaurativa e convida os fisioterapeutas, enfermeiros e administradores a acolherem as próprias emoções e exercerem a escuta humanizada.
A programação ocorreu no Fórum de Macapá, na quinta-feira, 20, e contou com dinâmicas, curso de harmonia no trabalho e acolhimento. Além disso, a roda de conversa, com o tema ‘Circuito de Conexão’, buscou promover a reflexão e a escuta coletiva e humanizada.
Com mais de um ano de planejamento e organização, o projeto de justiça restaurativa tem como principal objetivo a resolução de conflitos, reparação de danos e consenso entre os participantes para manter o respeito sem julgamentos. A diretora da Unacon, Sandra Ribeiro destaca que o intuito principal é a melhoria do funcionamento dos trabalhos dentro da Unidade.
“Isso é uma forma de buscar a melhoria dos serviços, exames, de questões com o próprio servidor. Os profissionais viviam angustiados em relação à melhoria do serviço. Nas práticas restaurativas, é uma questão voltada a forma de lidar com os pacientes da melhor maneira, com os acompanhantes”, explicou Sandra.
Além de tratar a doença, o profissional precisa se comunicar com os familiares dos pacientes de forma humanizada. De acordo com Nelba Siqueira, juíza da 3ª Vara do Juizado Cível Central de Macapá e colaboradora na criação do projeto ‘Eu Te Vejo’, a resolução desse trabalho de acolher os trabalhadores e capacitar para a escuta, é conseguir mostrar a importância do autocuidado, e como isso impacta no atendimento aos pacientes.
“Ao mesmo tempo que os profissionais se cuidam, ou seja, cuidam dos seus sentimentos, das suas necessidades, eles têm condições de cuidar melhor dos pacientes. É um trabalho de humanização dos trabalhadores da saúde. O projeto é realizado por meio de círculos de construção de paz. Esses círculos possuem vários temas que geram profunda reflexão e conexão entre os servidores, e para que a partir daí, haja um fortalecimento das relações e mudança naquilo que precisa. Embora não seja uma terapia, ele é muito terapêutico”, ressaltou Nelba.
A iniciativa tem a previsão de durar 1 ano, com encontros mensais. A facilitadora de círculos restaurativos no centro de justiça restaurativa de Macapá, Odete Daltroso, foi uma das mediadoras da programação, e contextualizou como o projeto busca cuidar de cada trabalhador.
“Quando eu trabalho o meu relacionamento no meu ambiente de trabalho, eu cuido de mim, também na minha família, nas minhas outras relações de amizade. O objetivo é para fortalecer as relações de trabalho, que o servidor se sinta acolhido, ouvido, e para que as relações de trabalho fluam de uma forma harmoniosa, para que todos fiquem bem e que isso reflita no atendimento aos pacientes”, afirmou a facilitadora Odete.
Uma das participantes foi a técnica de enfermagem Silvane Cássia, que achou o curso excelente e tirou muito proveito.
“São muitas experiências, muito ensinamento e com certeza eu vou voltar para o meu trabalho mais firme, mais consciente e tendo a certeza que estarei mais consciente, grandes coisas ainda vão acontecer através da minha vida no trabalho com o cuidado das pessoas, a assistência e tudo o que vier nas próximas etapas vão ser proveitosas”, ressaltou a enfermeira.
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