Projeto 'Marabaixando entre Versos e Ladrões' leva o canto dos barracões para o mundo e integra o Ciclo do Marabaixo 2025
Iniciativa do Governo do Amapá, promove o registro e a difusão das canções nas plataformas digitais, ampliando sua visibilidade global.

A cultura amapaense ganha um novo impulso com o projeto “Marabaixando entre Versos e Ladrões pelas plataformas digitais: O canto do Marabaixo, dos tradicionais barracões para o mundo”, uma iniciativa do Governo do Amapá para divulgar e propagar uma das mais importantes identidades culturais do estado.
O projeto, coordenado pela Fundação Marabaixo e Secretaria de Estado da Cultura (Secult), faz parte da implementação do Programa Amapá Afro e está promovendo a gravação de 16 faixas de "ladrões" de Marabaixo, ampliando o alcance desse patrimônio imaterial para além das rodas culturais, disponibilizando os cânticos nas principais plataformas de streaming.

As gravações, que começaram na semana passada, estão ocorrendo em um estúdio local e nesta primeira edição está contemplando os sete festeiros que fazem parte da programação do "Ciclo do Marabaixo 2025". O lançamento dos ladrões na internet está previsto para os dias 11 e 12 de abril, durante a Central do Ciclo do Marabaixo, no Centro de Cultura Negra do Amapá.
O evento é uma prévia do que irá acontecer nos barracões durante os três meses de programação do ciclo, que reúne comunidades tradicionais, grupos de marabaixeiros, pesquisadores e gestores culturais para apresentações, oficinas e debates, fortalecendo a valorização da cultura afro-amapaense.
A diretora-presidente da Fundação Marabaixo, Josilana Santos destaca a importância da iniciativa para a difusão e valorização de um símbolo da tradição e história do povo amapaense, que nasce das próprias comunidades, dos quilombos e barracões, onde essa cultura acontece o ano inteiro.

“O Governo do Estado, sob a gestão de Clécio Luís, compreende a importância de fortalecer nossa maior e mais autêntica manifestação cultural brasileira. O Marabaixo é do Amapá, mas precisa ser visto e reconhecido pelo mundo. Esse projeto tem esse objetivo de dar visibilidade a essa cultura secular e à representatividade das sete famílias marabaixeiras que mantêm viva essa tradição. Agora, qualquer pessoa, em qualquer lugar, poderá acessar os ladrões e sentir a força ancestral do nosso povo”, destacou.
O Marabaixo, expressão de resistência e identidade do povo negro amapaense, ganha, assim, um registro inédito e acessível ao público mundial, garantindo que sua riqueza histórica e musical seja preservada para as futuras gerações.

Durante a Central do Ciclo do Marabaixo, todos poderão conferir o lançamento dos ladrões e vivenciar essa manifestação cultural de forma intensa e participativa. O evento marca a abertura oficial do Ciclo do Marabaixo 2025, que se estende até junho, envolvendo as comunidades marabaixeiras em uma grande celebração.

Solange Costa, representando a comunidade de Campina Grande, em Macapá, compartilha a emoção de participar dessa iniciativa de registrar o Marabaixo. “O convite para gravar os nossos ladrões nas plataformas digitais, para internet, é um grande ganho para nós, marabaixeiros. Nunca tivemos a oportunidade de mostrar o Marabaixo e seus ladrões dessa forma, e isso está sendo maravilhoso", celebrou.
O projeto não apenas registra e difunde os ladrões de Marabaixo, mas reforça a identidade cultural do Amapá, conectando passado, presente e futuro da cultura afro-amapaense.

Lorrany Mendes, representando a Favela, destaca a visibilidade para engrandecer e eternizar a valorização da “voz” negra ancestral do Amapá. “Estou muito feliz em ver o Marabaixo ganhando a visibilidade que merece. O Marabaixo é patrimônio cultural do Brasil, e agora, com o lançamento nas plataformas digitais, esperamos que o Brasil e o mundo conheçam nossa cultura”, destacou a cantora de ladrões.
Gabi Azevedo, representando o Laguinho, como um ícone na cultura do Marabaixo, expressa a satisfação e a oportunidade de participar da história cultural do Amapá. “É uma sensação diferente e mais profissional gravar o Marabaixo no estúdio. Estamos elevando nossa cultura com muita responsabilidade, e esperamos que o mundo aproveite o que estamos oferecendo”, enfatizou.
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