'Nos aproximamos da COP da Amazônia e cada vez mais se debate sobre o clima', diz promotor de justiça na Conferência Estadual de Meio Ambiente
Marcelo Moreira, da Promotoria de Defesa do Meio Ambiente, palestrou sobre mudanças climáticas durante o evento, promovido pelo Governo do Amapá.
Reforçando os debates em torno das questões do clima relacionadas às especificações de cada região, durante a 5ª Conferência Estadual de Meio Ambiente, evento pré-COP30, promovido pelo Governo do Amapá, o promotor de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Marcelo Moreira, ministrou palestra sobre a “Emergência Climática, o desafio da transformação ecológica".
O encontro, coordenado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), que iniciou na noite de terça-feira, 25, reuniu 345 delegados de meio ambiente, sociedade civil, poder público e setor empresarial até esta quarta-feira, 26.
“A questão climática entrou na agenda do mundo como entrou na Conferência Estocolmo, nos aproximamos da COP e cada vez mais as pessoas buscam discutir o clima. E, aqui no Brasil, onde a gente tem mais verde, o planeta inteiro está de olho na Amazônia, mas as respostas não saem só da gente, só do Amapá elas precisam sair do mundo e vocês delegados precisam dizer isso”, destacou o promotor.
Abordando a temática, Marcelo Moreira, ressaltou ainda que, desde a realização da primeira Conferência do Clima, de lá para cá, foram criadas mais de duas mil leis ambientais. Só o Brasil tem mais de 20. Em 2015, no acordo de Paris que definiu as estratégias de enfrentamento ao clima, os países reunidos definiram uma fórmula para diminuição na quantidade de carbono, adotada em todo o mundo.
"Então, a gente tem aí um calendário a seguir, e a gente já está em 2025, em mais uma conferência da COP e a gente vai ver que em 2028, vai ter uma nova medição, como em 2030 que é uma data simbólica, porque vários objetivos vão ter que estar compridos nessa época para o clima ficar em torno de um grau e meio a partir do início da era industrial e esse nível já passou esse ano", explicou o especialista.
Foi pontuado ainda, as políticas públicas ambientais que o estado possui com participação social; o papel das lideranças que falam em nome da sociedade; justiça climática que vem sendo trabalhada em países como Estados Unidos, Austrália e Canadá; o pacto de transformação ecológica assinado no ano passado pelos três poderes Executivo, Legislativo e Judiciário que assegura a responsabilidade de todos nos desafios das mudanças climáticas. Além do novo olhar dos bancos europeus que passaram a se interessar em investir na conservação do meio ambiente.
"Nós temos muitas potencialidades aqui, o Amapá é um estado diferente e cheio de adjetivos. Temos o maior rio do mundo, florestas conservadas e uma riqueza rural grandiosa. Essa representatividade precisa estar em destaque nas Conferências, nas vozes dos senhores e senhoras", concluiu Moreira.
Gutemberg Silva, diretor presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapeap), abordou o desenvolvimento sustentável a partir de investimentos durante o encontro.
"Os produtos sustentáveis é o que nós chamamos de economia singular. E isso precisa ser impulsionado cada vez mais, seja aqui, seja nas Conferências. Estou muito feliz em poder contribuir com o trabalho dessa Conferência Estadual altamente qualificada, porque daqui saíram delegados para pautar o estado em dois grandes momentos", destacou Gutemberg.
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