Governo do Amapá promove dia dedicado à medicina tradicional indígena no Hospital de Oiapoque
Programação contou com óleos medicinais, garrafadas, rodas de conversa, exposição de artesanato e pintura corporal das etnias da região.

O Governo do Amapá promoveu, na última quinta-feira, 17, um dia de valorização dos saberes da medicina tradicional indígena no Hospital Estadual de Oiapoque, no extremo Norte do estado. A iniciativa, que celebra os povos originários no mês de abril, contou com rodas de conversa, exposição de artesanato e pintura corporal das etnias da região.
A programação apresentou óleos medicinais extraídos da natureza e folhas de plantas utilizadas para banhos e defumações, produtos que foram levados pela cacica Elza dos Santos, da etnia Galibi Marworno.
"Eu sempre fiz remédios com ervas para meus filhos. Uso óleo de tucumã como anti-inflamatório e andiroba para o tratamento de feridas na pele. Também trouxe folhas da erva mucuracaá, que fazemos banho para tratar a gripe", explicou Elza, que contou com o auxílio de um tradutor indígena.

O Hospital Estadual de Oiapoque conta com um Núcleo Estadual de Saúde Indígena (Nesi), que foi entregue pelo governador Clécio Luís em 2024. Mas acolhedor, o espaço conta com uma equipe multiprofissional no atendimento dos pacientes indígenas. O local ganhou uma identidade visual com grafismo dos povos Palikur, Galibi o Marworno, Karipuna e Kali'na.
A diretora do Hospital Estadual de Oiapoque, Natália Coutinho, reforçou a importância do reconhecimento dessa cultura como parte integrada à saúde, especialmente por receber pacientes indígenas e por ter profissionais das etnias presente no município.

“Trouxemos todo esse conhecimento para o evento para promover essa interação entre a comunidade indígena e os profissionais da unidade hospitalar. Alguns estão tendo contato pela primeira vez, enquanto outros são indígenas e já fazem parte da nossa equipe, como técnicos de enfermagem e tradutores”, explicou a diretora.
A técnica em enfermagem, Rosiclene Batista, da etnia Karipuna, também compartilhou seu conhecimento sobre a extração do óleo de coco e seus benefícios.

“O óleo de coco é um regulador intestinal, pode ser tomado em uma colher pela manhã e também é utilizado como cosmético capilar. Só é preciso saber usar", explicou Rosiclene.
Um espaço foi destinado à exposição de artesanato e medicamentos tradicionais indígenas. As rodas de conversa incluíram explicações sobre cada item, além de esclarecimentos sobre garrafadas, chás, óleos, emplastos e defumações, todos produzidos com o que a natureza oferece.
A programação faz parte da Semana dos Povos Indígenas celebrada pelo Governo do Amapá em vários municípios, com ações voltadas à cultura, educação e saúde.
"Estamos comemorando o dia 19 de Abril, para mostrar a diversidade cultural, a resistência, combatendo a discriminação e promovendo a saúde, cultura e educação. A nossa celebração é pela luta dos nossos direitos", enfatizou a enfermeira, Nair Batista, do povo Palikur.
O município concentra 71% da população indígena do estado, abrigando quatro etnias, Palikur, Galibi, Marworno, Kali'na e Karipuna, já o Amapá tem mais de 11,3 mil indígenas, segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).



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