Polícia Civil do Amapá prende 4 pessoas e sequestra judicialmente mais de R$ 1,5 milhão de bens e valores de facção originária do Rio de Janeiro
Operação também foi deflagrada simultaneamente no Pará, Amazonas, Maranhão, Bahia e Ceará.
Com um aparato investigativo de grandes proporções, a Polícia Civil do Amapá deflagrou nesta terça-feira, 6, a Operação "Red Fall", que visou cumprir 21 mandados de busca e apreensão e 7 de prisão preventiva, além do sequestro de diversos bens e valores que, somados, ultrapassam R$ 1,5 milhão.
A "Red Fall", que teve o apoio do Ministério Público do Amapá, com o trabalho do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), objetiva desarticular o suporte operacional de uma das maiores facções criminosas do Brasil, originária do estado do Rio de Janeiro. Além do Amapá, a operação foi deflagrada simultaneamente no Pará, Amazonas, Maranhão, Bahia e Ceará.
Até o momento, de acordo com a Delegacia Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc), que coordena a ação, quatro pessoas foram presas preventivamente, sendo uma em flagrante por tráfico de drogas. As diligências continuam na procura de três alvos que estão foragidos.
"Essa é uma operação importante no que se refere a uma facção criminosa oriunda do Rio de Janeiro e que se notabiliza pelo enfrentamento ostensivo às forças de segurança pública e que vem atuando no tráfico de drogas aqui no Amapá em grandes proporções. Então, identificamos as lideranças desse braço operacional da referida facção aqui no Estado que, era coordenada e gerenciada, por um casal que se reportava diretamente ao denominado 'conselho final' desse grupo criminoso e, através desse conselho, eles conseguiam fazer a aquisição de entorpecentes e trazer aqui para o Estado, onde eram pulverizados nos diversos municípios", explicou o delegado Estefáno Santos, titular da Denarc.
De acordo com Santos, o casal que residia no município de Laranjal do Jari, movimentou só nos últimos dois anos aproximadamente R$ 7,3 milhões com o tráfico de drogas. Eles foram presos durante a operação em uma cidade no interior do Maranhão (MA).
"Eles já haviam sido alvo de uma operação da Denarc em março do ano passado e, após essas investidas, empreenderam fuga para Belém e em seguida para uma cidade do interior do Maranhão, mas após um trabalho extenso, em parceria com o Gaeco, conseguimos localizar esses indivíduos e efetuar a prisão dos dois na data de hoje, na deflagração dessa operação", pontuou o delegado.
Foram sequestrados judicialmente ainda 22 veículos, alguns de luxo avaliados em cerca de R$ 350 mil. Estefáno argumenta que a ação, além da prisão das lideranças, também mirou na descapitalização patrimonial do esquema criminoso.
Segundo a investigação, a lavagem de dinheiro era realizada por meio da utilização de contas bancárias em nome de terceiros, inclusive pessoas menores de idade e de empresas de fachada, incluindo uma locadora de veículos sediada em Belém.
O proprietário do empreendimento é natural de Macapá e já condenado por tráfico no Amapá. As apurações dão conta que o homem recebia repasses semanais dos valores arrecadados com o tráfico de drogas e simulava posteriormente o retorno desses valores como se fossem resultados do lucro da locação de veículos.
"Era basicamente utilizando contas em nome de terceiros para receber esses valores, evitavam o repasse direto para a conta dos próprios traficantes e utilizavam também uma locadora de veículos, e simulavam os aluguéis dos carros para que esse dinheiro que entrava do tráfico tivesse uma certa aparência lícita. A base do esquema era em Belém, da lavagem, mas o tráfico era oriundo aqui do Amapá", explicou o titular da Denarc.
As ações da "Red Fall" continuam com os exames periciais dos materiais apreendidos para identificar outros possíveis integrantes do esquema criminoso. Informações sobre o tráfico de drogas e outros delitos relacionados podem ser repassadas pelo disque-denúncia: (96) 98141-4161. O sigilo é garantido.
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