'É por ela que eu sigo' diz jovem que concilia a vida de mãe e estudante da EJA na Escola Estadual Rivanda Nazaré, em Macapá
Hellen de Cássia, 17 anos, tem uma rotina agitada, mas segue determinada a realizar o sonho de se formar e garantir um futuro melhor para filha.

Mãe aos 16 anos, a jovem Hellen de Cássia que atualmente está com 17 anos, é aluna da Educação de Jovens e Adultos (EJA), na Escola Estadual Rivanda Nazaré da S. Guimarães, do bairro Novo Horizonte, em Macapá. A estudante vive uma rotina agitada desde o nascimento da pequena Ananda Heloísa, hoje com seis meses, e segue determinada no sonho de se formar, por ver na educação o único caminho para dar uma vida melhor à filha.
A decisão de voltar a estudar veio cedo, ainda durante o resguardo. Com medo de reprovar o segundo ano e determinada a não interromper o ciclo de aprendizado, Hellen de Cássia retornou às aulas com a bebê recém-nascida nos braços. No começo, tudo parecia difícil: a filha dependia dela o tempo inteiro, e, mesmo com o apoio do pai da criança que também estuda na escola, o peso emocional e físico recaía sobre ela. Aos poucos, a jovem foi criando estratégias para seguir, dividia a atenção entre a sala de aula e a criança, além de receber apoio dos colegas, nos dias de aula.
“Meu maior medo é não me formar por causa dela, mas também é por ela que eu sigo”, afirma Hellen, ao relembrar os momentos difíceis do início da maternidade.

O processo foi cansativo, mas a jovem nunca esteve sozinha, na unidade escolar onde funciona um dos espaços adaptados, que foram criados para apoiar as mães e seus filhos durante os estudos, do Programa "Crescendo Juntos" do Governo do Amapá, a pequena Ananda passou a ser acolhida com carinho e segurança.
Professores e colegas de turma entenderam a luta de Hellen e passaram a fazer parte dela. É comum ver a bebê, ora sendo acalentada ou dormindo, com um acompanhante da escola, enquanto a mãe tenta se concentrar nas atividades escolares.
Em casa, a rotina é ainda mais complicada. Além dos cuidados com a filha, Hellen sente a dor da perda da avó precocemente, a qual define como sua grande referência. Foi ela quem mais incentivou os estudos da neta, e o sonho de vê-la formada. A ausência ainda machuca, mas virou um motivo a mais para continuar.
“Ela sempre sonhou em me ver formada. Infelizmente faleceu agora em abril. Não vai estar aqui no dia da minha formatura, mas eu vou conseguir. Por ela, pelos meus pais e pela minha filha”, conta a mãe emocionada.
Os planos para o futuro são claros, a estudante Hellen de Cássia deseja cursar Enfermagem ou Direito, construir uma carreira e garantir que a filha tenha outras oportunidades. A jovem reconhece o papel fundamental da EJA nisso, a modalidade na Escola Rivanda Nazaré, além de abrir portas, ofereceu acolhimento em um momento decisivo. Em meio à realidade de muitas mães que acabam deixando os estudos por falta de apoio, ela se sente privilegiada por ter encontrado esse espaço de incentivo.
"Eu sei que vai ser difícil, mas nada é mais forte que o desejo de honrar a minha avó e cuidar bem da minha filha", concluiu Hellen de Cássia, mãe e estudante.

Programa "Crescendo Juntos"
Em junho de 2024, o Governo do Amapá implementou o programa "Crescendo Juntos", com a criação de espaços para apoiar os estudantes do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) que não têm com quem deixar os filhos enquanto estudam.
A iniciativa tem a finalidade de dar suporte para os alunos prosseguirem estudando e não deixarem os filhos em situação de vulnerabilidade social. O programa faz parte do Plano de Governo da gestão para combater a evasão escolar de mães matriculadas no EJA na unidades do Estado.
Nas escolas, onde é oferecido a modalidade de ensino pelo EJA, salas foram especialmente preparadas para oferecer um ambiente adequado, colorido e divertido para as crianças, contando com material pedagógico e lúdico.
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