‘É importante sistematizar a saúde indígena no Brasil’, diz liderança Wajãpi durante encontro promovido pelo Governo do Amapá
Calbi Amazonas, de 65 anos, apresentou necessidades específicas para contribuir na construção do Plano de Saúde Indígena, iniciativa do Governo do Estado.

Por meio de diálogos e escuta ativa, o Governo do Amapá criou o 1º Workshop de Saúde Indígena para fortalecer as políticas públicas voltadas aos povos originários do estado. O encontro inédito atendeu lideranças do território dos Wajãpi, em Pedra Branca do Amapari. Calbi Amazonas, de 65 anos, um dos representantes da sua aldeia, foi que apresentou necessidades específicas para contribuir na construção do Plano de Saúde Indígena do Estado.
Diante das mudanças temporais, Amazonas acredita que para estabelecer uma saúde fortificada, que supere desafios geográficos, é preciso sistematizar o serviço, ou seja, organizar e classificar diferentes conhecimentos para alcançar as especificidades de cada povo.
“As dificuldades não são apenas de nós indígenas, também são dos povos quilombolas e ribeirinhos. Por exemplo, hoje, nesse novo mundo contemporâneo, é importante sistematizar a saúde indígena no Brasil, fortalecê-la especificamente para cada povo, porque nossa cultura e tradições são diversificadas. Antes usávamos nossa medicina natural, mas hoje, com tanto desequilíbrio ambiental, as coisas mudaram. A saúde tem que ter parceiros, temos que ter essa harmonia, e a gente agradece por essa atenção”, pontuou Amazonas.

Durante o evento, várias lideranças apresentaram demandas e soluções para resolver os principais desafios referentes à saúde. À mesa, a presidente do Conselho de Saúde Indígena do município, Rita Lopez, reforçou a necessidade de fortalecer esses serviços prestados aos originários, além de reivindicar a importância de dar suporte estrutural para os que se deslocam de suas aldeias em busca de tratamento nas cidades mais próximas dos territórios.

“Esperávamos há muito tempo esse encontro. Dentro do conselho, nós já acompanhamos algumas demandas, e o que a gente percebe é que ainda há um descaso, mas devemos melhorar essas questões, precisamos de casas de apoio nas cidades mais próximas para dar suporte a um indígena. Os parentes precisam desse amparo, porque a saúde não tem cor, não tem raça, ela é para todos, e juntos, nessas iniciativas, podemos melhorar essa realidade”, frisou Rita.
Presente no encontro, representando a prefeitura do município, o vereador Kureni Waiãpi, escutou todas as exigências apresentadas para articular futuras melhorias aos parentes originários.

"É muito importante que estejamos reunidos no primeiro workshop estadual de saúde indígena para apresentar nossas demandas e encaminhamentos, que são necessários para o povo Wajãpi e também para os profissionais de saúde que estão participando. É o momento em que vamos poder expor nossas verdadeiras necessidades. Agradeço por essa oportunidade de poder contribuir com meu povo", destacou o vereador.
O 1º workshop atendeu povos indígenas do território Wajãpi da aldeia Aramirã, em Pedra Branca do Amapari. O próximo evento deve acontecer no município de Oiapoque, com as etnias Karipuna, Galibi-Maworno, Galibi-Kaliña e Palikur. Posteriormente, está previsto atender Macapá e Santana.
O encontro foi realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e contou com as equipes das coordenações de Saúde Indígena (Coesi), de Política da Atenção Primária (Cepas), de Saúde Mental, Unidades Descentralizadas e de Apoio e Diagnóstico. Além do apoio da Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi), da Prefeitura de Pedra Branca do Amapari e da Unidade Mista de Saúde.

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