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BACIA HIDROGRÁFICA  

Junho Verde: comitê gestor aprova Plano Diretor da Bacia do Rio Araguari construído pelo Governo do Amapá

Instrumento vai regulamentar a utilização dos recursos hídricos do estado de forma sustentável e respeitando o meio ambiente.

Por Alexandra Flexa
02/06/2025 12h13
Conselheiros do Comitê Gestor da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari

O Amapá avança na governança dos recursos hídricos com a aprovação do Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari (PDBH), que estabelece diretrizes para o uso sustentável das águas, conciliando preservação e desenvolvimento socioeconômico. A deliberação foi aprovada durante reunião do Comitê Gestor da Bacia, após um ciclo de escutas públicas e oficinas participativas promovidas em diversos municípios pelo Governo do Estado, sob a coordenação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).

O encontro, em dois dias, contou com a presença de conselheiros de todos os segmentos: sociedade civil, povos e comunidades tradicionais, setor produtivo e poder público.

Conselheiros do Comitê Gestor da Bacia participam de apresentação do Plano consolidado

A secretária de Estado do Meio Ambiente, Taisa Mendonça, destacou a relevância do plano como ferramenta de ordenamento, conservação e segurança jurídica para os diferentes usos das águas no território.

“A finalização do Plano Diretor da Bacia do Araguari é mais uma entrega do governador Clécio Luís que reafirma seu compromisso com uma gestão pública responsável e alinhada à sustentabilidade. Este plano orienta o uso das nossas riquezas hídricas, respeitando os modos de vida de quem habita sob a copa das árvores e às margens dos rios”, afirmou a gestora.

Secretária da Sema, Taisa Mendonça, acompanhada de servidores da pasta

O documento traz um diagnóstico completo da bacia e propõe ações voltadas à gestão integrada e participativa das águas. Entre os principais eixos estão:

  • Diagnóstico dos usos e potenciais hídricos: abastecimento humano, energia, agricultura, pesca, turismo e conservação;
  • Propostas para prevenção de conflitos pelo uso da água;
  • Subsídios ao licenciamento ambiental e ao zoneamento ecológico-econômico;
  • Diretrizes para segurança jurídica e investimentos;
  • Avaliação de cenários frente às mudanças climáticas.

O plano reforça o papel do Estado na articulação entre o setor público, sociedade civil e atores produtivos, servindo como base técnica para decisões estratégicas e atração de investimentos. Também fortalece o alinhamento com a política nacional de recursos hídricos, valorizando a proteção dos ecossistemas e a inclusão das populações ribeirinhas.

Plano moderno e inovador vai gerir o uso dos recursos hídricos do estado

Durante o evento de aprovação, os conselheiros acompanharam uma apresentação detalhada do processo de construção do plano, etapas técnicas e perspectivas de implementação. A conselheira Delnira da Mata, de 58 anos, moradora do município de Amapá, celebrou a iniciativa.

“Participei de todo o processo com muito orgulho. O plano representa segurança para quem depende da água no dia a dia, inclusive para o seu sustento. Aprendemos muito sobre como cuidar e proteger esse bem tão valioso. Conservar é uma responsabilidade de todos”, destacou.

Conselheira do Comitê Gestor, Delnira da Mata, de 58 anos, afirma orgulho em participar da construção do Plano
Fabrício Borges, coordenador de Recursos Hídricos da Sema e Cleane Pinheiro, Diretora de Controle Ambiental da Sema

O coordenador de Recursos Hídricos da Sema, Fabrício Borges, ressaltou o legado da iniciativa.

“O Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari é um marco estratégico para a gestão dos recursos hídricos no estado do Amapá. Entre seus principais produtos estão o diagnóstico quali-quantitativo das águas superficiais e subterrâneas, a análise das demandas atuais e futuras, o prognóstico de cenários hídricos para os próximos 5, 10 e 20 anos e a elaboração de programas de ação com metas e diretrizes claras”, enfatizou.

Esses resultados foram construídos de forma participativa, com oficinas, seminários e escutas em campo, permitindo que o plano reflita a realidade territorial e as necessidades de quem vive e produz na bacia. O documento consolidado inclui ainda propostas para cobrança pelo uso da água, mecanismos de outorga, diretrizes para enquadramento dos corpos d'água, e um robusto banco de dados georreferenciado.

Segundo o Diretor de Desenvolvimento Ambiental, Marcos Almeida, a grande inovação do Plano está na sua capacidade de integrar diferentes atores e setores em torno de uma governança compartilhada. Ele estabelece um modelo de gestão articulada entre o Comitê da Bacia, o poder público, o setor produtivo, as comunidades tradicionais e a sociedade civil organizada, alinhando-se ao Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

Marcos Almeida, Diretor de Desenvolvimento Ambiental da Sema

“Isso garante maior previsibilidade aos empreendimentos, promove segurança jurídica e contribui para a sustentabilidade ambiental e econômica da região. Estamos entregando uma ferramenta viva, que orientará as políticas públicas hídricas do Amapá com base em ciência, participação social e respeito aos nossos ecossistemas. Este plano representa um marco técnico e político para o Amapá. Foram 12 meses de trabalho intenso, com pesquisas, oficinas e escutas públicas. Ele inaugura um novo modelo de desenvolvimento regional, baseado na valorização dos recursos naturais e na articulação institucional”, afirmou.

Lançamento oficial

O lançamento do Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari será realizado pelo governador do Amapá, Clécio Luís, ao longo do mês de junho durante a programação da campanha Junho Verde, que iniciou nesta segunda-feira, 2.

Comitê Gestor

O Comitê Gestor é coordenado pela Sema e formado por 42 membros: 14 representantes do poder público, 14 da sociedade civil e 14 do setor de usuários de recursos hídricos. O colegiado é responsável pela deliberação, regulamentação e definição de critérios para o uso das águas da bacia, inclusive a cobrança pelo uso.

Plano representa avanço do Estado do Amapá na governança dos recursos hídricos

A Bacia do Rio Araguari

Com cerca de 42.710 km², a Bacia Hidrográfica do Rio Araguari é a maior do Amapá, abrangendo cerca de 30% do território estadual. Sua rede hidrográfica inclui os rios Falsino, Amapari, Cupixi, Mutum e o próprio Araguari. A bacia é vital para a geração de energia, abastecendo empreendimentos estratégicos como as usinas hidrelétricas de Coaracy Nunes, Ferreira Gomes e Cachoeira Caldeirão.

A região abrange 11 municípios: Serra do Navio, Pedra Branca do Amapari, Porto Grande, Ferreira Gomes, Tartarugalzinho, Pracuúba, Amapá, Calçoene, Cutias, Itaubal e Macapá. Além de sua importância econômica, a bacia sustenta populações ribeirinhas e atividades tradicionais, sendo essencial para a mobilidade, produção e segurança hídrica no estado.

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