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'Crianças já chegam em estado grave e sem vacina', diz pediatra do HCA sobre pacientes com síndromes respiratórias grave

Patrícia do Vale explica que os pais esperam de 7 a 14 dias para buscar atendimento no Hospital da Criança e do Adolescente, em Macapá.

Por Roberta Corrêa
04/06/2025 08h00
Médica pediátrica Patrícia do Vale, do Núcleo Interno de Regulação do HCA/PAI

Os casos de síndrome gripal e respiratória aguda grave (SRAG) sofreram uma escalada no Amapá, atingindo especialmente o público infantil. O Hospital da Criança e do Adolescente (HCA) e o Pronto Atendimento Infantil (PAI) estão lotados de pacientes. 

Devido a agressividade do vírus nas crianças, a pediatra Patrícia do Vale alerta para a demora dos pais em buscar assistência médica, seja nos hospitais para os casos de maior complexidade, ou nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), quando os sintomas são mais leves. Alguns registros mostram que a espera é de 7 a 14 dias.

"Temos crianças que chegam muito graves, com febre persistente, secreção nasal intensa, cansaço e recusa alimentar. A maioria sem vacina. Muitas vezes, já passaram dias demais em casa sem o acompanhamento adequado", explica a médica que atua no Núcleo Interno de Regulação do HCA/PAI.

O Hospital da Criança e do Adolescente (HCA) e o Pronto Atendimento Infantil (PAI) estão lotados de pacientes

O cuidado deve ser redobrado em crianças com menos de um ano, cardiopatas, neuropatas ou aquelas que passaram recentemente por internações. A pediatra explica que a incidência das síndromes respiratórias tem sido maior em pacientes com a caderneta de vacinação incompleta, principalmente contra a Influenza. Outro desafio frequente é a automedicação.

"Os pais, na tentativa de ajudar, oferecem medicamentos por conta própria. Às vezes acertam, mas na maioria das vezes, os remédios não são indicados e só dificultam o diagnóstico ou agravam o quadro", alerta Patrícia. 

Lavar as mãos é uma barreira poderosa contra o vírus

A pediatra reforça que gestos simples como uma boa higiene, atenção aos sintomas, entre outras medidas, contribuem para a prevenção, que ainda é a forma mais eficaz de proteger a saúde infantil.

"É preciso lembrar que a maioria dessas doenças é transmissível. Lavar as mãos, por exemplo, é uma barreira poderosa contra vírus e bactérias", finaliza.

Outras medidas são:

  • Vacinação em dia, especialmente contra gripe e pneumococo;
  • Alimentação saudável, evitando açúcar, ultraprocessados e priorizando frutas e fibras;
  • Higienização constante das vias aéreas (lavagem nasal e aerossol);
  • Evitar contato com pessoas gripadas e não levar crianças doentes à escola;
  • Acompanhamento pediátrico regular (puericultura).

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Situação de emergência

O Amapá está entre os 20 estados do Brasil com aumento de casos de SRAG. A alta demanda de hospitalizações resultou no decreto de situação de emergência em saúde pública, no dia 20 de maio. A Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) informa que o Amapá segue em nível de alerta ou risco.

Entre as ações de enfrentamento ao surto estão a reorganização do fluxo de atendimento para diagnósticos mais rápidos e precisos, ampliação de leitos e adaptação de mais salas vermelhas de suporte avançado à vida, atuando como uma semi-intensiva, e salas brancas, caracterizada por um controle rigoroso do ambiente, projetada especificamente para minimizar a contaminação.

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ÁREA: Saúde