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CULTURA E TRADIÇÃO

Tambores ecoam para saudar o Cortejo da Murta durante o Ciclo do Marabaixo 2025, com apoio do Governo do Amapá

Programação que celebra a ancestralidade afroamapaense segue até o ‘Domingo do Senhor’, em 22 de junho.

Por Gabriel Penha
09/06/2025 15h15
Cortejo da Murta percorreu as matas da região de Casa Grande, na APA do Curiaú

No fim da tarde de domingo, 8, as caixas romperam o silêncio para anunciar que o marabaixo chegou nas matas da comunidade de Casa Grande, localizada às margens da Rodovia AP-070, na Área de Proteção Ambiental (APA) do Curiaú. Por mais um ano, integrantes do grupo cultural da comunidade se reuniram para realizar o Cortejo da Murta da Santíssima Trindade.

O momento é parte do Ciclo do Marabaixo 2025, programação apoiada pelo Governo do Amapá, que segue até 22 de junho. Os devotos foram até uma região de mata nas proximidades para fazer a colheita da murta, erva que serve para enfeitar o mastro, erguido ao raiar do dia. O Cortejo acontece entre o ponto de retirada e o barracão, com os marabaixeiros entoando os ladrões (versos) e mantendo viva a tradição.

Josefa Chagas, coordenadora do grupo Santíssima Trindade da Casa Grande

“Esse é um dos momentos mais aguardados dentro da programação do Ciclo. Além da tradição em si, o Cortejo da Murta envolve a união de familiares e integrantes do nosso grupo, para mantermos o legado dos nossos antepassados”, disse a coordenadora do grupo Santíssima Trindade da Casa Grande, Josefa Chagas.

E a união é também de gerações. Entre os participantes dos rituais, estava a jovem Nádia Nayara Ramos, de 19 anos, que destacou a felicidade que é ser parte da manutenção da tradição de seu povo.

Nádia Nayara Ramos, de 19 anos, participou da programação na comunidade de Casa Grande

“É mais um momento importante. Participo das rodas de marabaixo desde criança e cada vez que temos oportunidade de fazer parte disso é uma emoção diferente”, destacou Nádia.

Simultaneamente, a programação do Domingo do Mastro ocorreu também em outros barracões dos bairros da Favela (Santa Rita) e Laguinho, além da Santíssima Trindade exaltando também o Divino Espírito Santo. Teve cortejo e caixas rufando nos grupos Marabaixo do Pavão, Raízes da Favela, Associação Zeca e Bibi Costa (Azebic) e Raimundo Ladislau.

A diretora adjunta da Fundação Marabaixo, Laura Silva, destacou a importância do apoio do Governo do Estado para a realização da programação do Ciclo do Marabaixo.

Diretora adjunta da Fundação Marabaixo, Laura Silva

“O Governo do Estado apoia, fomenta e realiza ações para valorizar e difundir a cultura do marabaixo. São projetos e ações que vão muito além do rufar das caixas nas rodas de marabaixo, mas que também envolvem a transversalidade, através da educação, do esporte e outras áreas afins”, destacou Laura.

No sábado, 7, o Cortejo do Mastro aconteceu nos barracões dos grupos Berço do Marabaixo e União Folclórica de Campina Grande (UFCG). A programação terá continuidade no domingo, 15, com rituais em honra à Santíssima Trindade; na quinta-feira, 19, haverá a Corrida do Ciclo do Marabaixo, com largada às 6h do barracão Gertrudes Saturnino (Berço do Marabaixo) e o tradicional Marabaixo de Corpus Christi, a partir das 16h, no mesmo barracão. 

Murta foi colhida em uma mata próxima da Rodovia AP-040, no Curiaú

Ciclo do Marabaixo 2025

Em 2025, o Ciclo do Marabaixo celebra o centenário de Benedita Guilherma Ramos, a "Tia Biló", matriarca do marabaixo do Laguinho, falecida em 2021, aos 96 anos. O investimento para o festejo é de R$ 2,5 milhões, fruto de recursos do Tesouro Estadual e de emenda destinada pelo senador Randolfe Rodrigues.

A programação é realizada pelas famílias tradicionais do Amapá, é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde novembro de 2018. Essa manifestação típica reúne danças de roda, percussão, cantigas que relatam o cotidiano da população quilombola amapaense, somadas às festas do catolicismo popular, e inicia sempre no Sábado de Aleluia e se estende até o domingo seguinte a Corpus Christi, este ano, de 19 de abril a 22 de junho.

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ÁREA: Cultura