CMT: governador Clécio Luís propõe criação de livro para marcar os 30 anos de conquistas na cooperação transfronteiriça entre Amapá e Guiana Francesa
Sugestão marcou o encerramento da 14ª Reunião da Comissão Mista Transfronteiriça, realizada em Caiena (GF), com ampla agenda de cooperação bilateral.

Na 14ª Reunião da Comissão Mista Transfronteiriça (CMT) Brasil-França, realizada em Caiena, o governador Clécio Luís sugeriu a produção de um livro que registre os avanços já conquistados nos 30 anos de cooperação institucional entre o Amapá e a Guiana Francesa, celebrados em 2026. A proposta simbólica e histórica, apresentada durante a plenária final do encontro, rendeu aplausos dos participantes e foi recebida como uma iniciativa de valorização da memória e do percurso diplomático entre os dois territórios amazônicos.
“Sugiro produzirmos um livro para contar a história da cooperação nesses últimos 30 anos, marcados pela existência da Comissão Mista Transfronteiriça. Será um exercício de autoconhecimento, que vai revelar o quanto nós já caminhamos até aqui e o futuro promissor que nos espera e que depende de todos nós que temos alguma responsabilidade nessa cooperação”, afirmou Clécio.

A proposta vem no momento em que a CMT vive uma fase de reestruturação e fortalecimento, com avanços concretos em diversas áreas, sobretudo após a retomada da constância dos encontros de cooperação em 2023. Na reunião, realizada na quarta-feira, 11, e na quinta-feira, 12, foram debatidas pautas essenciais para a integração regional, como a circulação de pessoas, que teve como grande marco a recente isenção de visto para brasileiros visitarem a Guiana Francesa, além de discussões sobre a cobrança de seguros veiculares na travessia entre os dois países.
O livro proposto pelo governador deve reunir registros históricos, fotografias, depoimentos e documentos que evidenciem as transformações promovidas pela comissão, criada oficialmente em 1996.
“É uma forma de reconhecer o esforço de servidores, líderes políticos, povos tradicionais e sociedade civil que fizeram parte dessa construção ao longo de décadas. Essa cooperação existe há muito tempo entre os povos, em diversas áreas, da cultura ao turismo, e a CMT veio jogar a luz da legalidade nessa relação, gerando ainda mais avanços”, completou Clécio.

A 14ª CMT tratou ainda de temas atuais e estratégicos como a cooperação cultural, que tem promovido a troca de artistas entre os dois territórios; a cooperação indígena, com ações voltadas à integração de povos da faixa de fronteira; e a cooperação educacional e universitária, com incentivo ao intercâmbio entre professores, estudantes e pesquisadores.
Outro tema central foi a infraestrutura de conectividade, abordando desde o pleno funcionamento da ponte binacional sobre o rio Oiapoque até melhorias na conectividade rodoviária, aérea, fluvial, marítima e digital. Também foram reforçados compromissos de cooperação econômica regional, com foco em dinamizar o comércio e os serviços entre os dois lados da fronteira; de cooperação em Vigilância Epidemiológica; e os esforços de combate à crise fitossanitária da mandioca.
Os debates se voltaram ainda à área de segurança e defesa, com tratativas para ampliar ações conjuntas no combate ao garimpo e à pesca ilegais, incêndios florestais e crimes ambientais. Também foi abordada a gestão de resíduos sólidos e a cooperação entre parques nacionais como estratégia de preservação ambiental.
Com a proposta do livro lançada e novas metas estabelecidas, a Comissão Mista Transfronteiriça encerrou a 14ª reunião em clima celebrativo, reafirmando seu papel como elo fundamental entre o Brasil e a França na Amazônia, sobretudo para gerar dignidade para ambos os povos. A próxima reunião será realizada em solo brasileiro, no Amapá, em 2026.

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