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Junho Verde: Fórum Ambiental cria Grupo de Trabalho para reforçar ações contra desmatamento e queimadas no Amapá

Evento promovido pelo Governo do Amapá prossegue nesta terça-feira, 24, com workshop sobre mercado de carbono e governança ambiental.

Por Alexandra Flexa
24/06/2025 12h01
Encontro marcou a criação de um Grupo de Trabalho para combater mudanças climáticas no estado
Encontro marcou a criação de um Grupo de Trabalho para combater mudanças climáticas no estado
Foto: Isarel Cardoso/GEA

O Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas do Estado do Amapá (PPCDAP) foi o destaque da 28ª Reunião Ordinária do Fórum Amapaense de Mudanças Climáticas e Serviços Ambientais (Famcsa), realizada nesta segunda-feira, 23, no Museu Sacaca, em Macapá. O encontro marcou a criação de um Grupo de Trabalho para atuar diretamente na implementação de ações estratégicas de enfrentamento às mudanças climáticas no estado.

Secretária de Estado do Meio Ambiente, Taisa Mendonça
Secretária de Estado do Meio Ambiente, Taisa Mendonça
Foto: Ruan Alves/GEA

"Com a criação do Grupo de Trabalho, o Governo do Amapá avança significativamente na pauta de enfrentamento às mudanças climáticas e proteção do meio ambiente, sobretudo com a participação da sociedade", destacou Taisa Mendonça, gestora da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).

Integrando a programação da campanha Junho Verde, a reunião reuniu representantes de comunidades tradicionais, órgãos governamentais, setor acadêmico e sociedade civil, com o objetivo de ampliar o diálogo sobre políticas públicas voltadas à proteção da floresta e à redução das emissões de gases de efeito estufa.

Com o novo Grupo de Trabalho, o PPCDAP se fortalece para iniciar um novo ciclo de atividades a partir de agosto — período marcado pelo aumento das temperaturas e maior risco de queimadas, devido à intensificação do chamado verão amazônico.

Jaqueline Homobomo, coordenadora para o Clima e Serviços Ambientais da Sema
Jaqueline Homobomo, coordenadora para o Clima e Serviços Ambientais da Sema
Foto: Isarel Cardoso/GEA

“É um momento importante para o avanço da agenda climática. A partir de agora, o Famcsa contará com um grupo específico que irá acompanhar a execução do novo ciclo do plano, com participação ativa da sociedade civil”, destacou Jaqueline Homobono, coordenadora de Clima e Serviços Ambientais da Secretaria de Meio Ambiente (Sema).

Saberes tradicionais fortalecem a agenda climática

Os debates também contaram com a presença ativa de representantes de povos indígenas, comunidades quilombolas, ribeirinhos e extrativistas, que trouxeram contribuições baseadas em seus modos de vida e experiências cotidianas com os efeitos das mudanças do clima.

“Nós, que vivemos na floresta, sentimos de perto essas transformações. Participar dessas discussões é essencial para construir soluções que respeitem nossos territórios e saberes”, afirmou Viseni Wajãpi, liderança indígena do município de Pedra Branca do Amapari.

Viseni Wajãpi, representante dos Povos Originários no Famcsa
Viseni Wajãpi, representante dos Povos Originários no Famcsa
Foto: Isarel Cardoso/GEA

Instrumentos de governança e políticas públicas em pauta

Durante a plenária, foram apresentadas iniciativas que integram a estratégia de enfrentamento às mudanças climáticas no estado, como o recém-lançado Plano Estadual de Recursos Hídricos, que estabelece diretrizes para a gestão das águas, e o Projeto Floresta+ Amazônia, do Governo Federal, que remunera populações que contribuem para a conservação da floresta em pé.

“O Famcsa é uma oportunidade única de articulação entre os entes federais, estaduais e a sociedade. Trabalhamos com mecanismos financeiros voltados à redução do desmatamento e à valorização dos serviços ecossistêmicos. Esses espaços de diálogo são fundamentais para ampliar a efetividade das políticas públicas nos territórios”, afirmou Mariane Nardi, coordenadora-geral de Instrumentos Econômicos para o Controle do Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente.

Mariane Nardi, coordenadora geral de instrumentos econômicos para o Controle do Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente
Mariane Nardi, coordenadora geral de instrumentos econômicos para o Controle do Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente
Foto: Isarel Cardoso/GEA

Contribuições para a COP 30

Outro ponto alto do encontro foi o debate sobre as propostas que o Amapá vai levar à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorre em novembro, em Belém (PA). A presença de instituições acadêmicas foi destacada como essencial para subsidiar decisões com base em evidências científicas.

Marcos Almeida, diretor de Desenvolvimento Ambiental da Sema
Marcos Almeida, diretor de Desenvolvimento Ambiental da Sema
Foto: Isarel Cardoso/GEA

“É simbólico que o estado mais preservado do Brasil enfrente hoje os impactos das mudanças climáticas como estiagem, queimadas, incêndios florestais e a salinização das águas em Bailique e Sucuriju. O Comitê de Prevenção e o PPCDAP e o Comitê Interinstitucional de Prevenção de Estiagem e Queimadas no Estado do Amapá, são instrumentos fundamentais para reagirmos de forma coordenada. Estamos reunindo esforços para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e levar à COP30 propostas robustas, construídas com participação social”, reforçou Marcos Almeida, Diretor de Desenvolvimento Ambiental da Sema.

A programação contou ainda com a presença de representantes do Ministério do Meio Ambiente, Greendata - Centro de Gestão e Inovação em Socio-Economia e Meio Ambiente, lideranças comunitárias, povos tradicionais, indígenas, pesquisadores, gestores públicos e organizações não governamentais.

Workshop aprofunda debate sobre mercado de carbono

Nesta terça-feira, 24, o Famcsa promove o workshop “Amapá e o Mercado de Carbono: Construindo Soluções para a Realidade Amapaense”, que visa capacitar os participantes e fomentar a compreensão sobre os mecanismos de precificação do carbono, desafios e oportunidades no contexto local. A atividade inclui estudos de caso e experiências bem-sucedidas em projetos comunitários.

Programação reúne representantes de comunidades tradicionais, órgãos governamentais, setor acadêmico e sociedade civil
Programação reúne representantes de comunidades tradicionais, órgãos governamentais, setor acadêmico e sociedade civil
Foto: Isarel Cardoso/GEA

Sobre o Famcsa

Criado em 2013, o Fórum Amapaense de Mudanças Climáticas e Serviços Ambientais é uma instância de participação social vinculada ao Sistema Estadual do Clima e de Incentivo aos Serviços Ambientais (SECISA). Integra a Política Estadual de Mudanças Climáticas, Conservação e Incentivos aos Serviços Ambientais (PECISA) e tem como missão articular ações entre sociedade civil, academia, setor público e comunidades tradicionais para o enfrentamento das mudanças climáticas e a promoção da sustentabilidade no estado.

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