‘Mais que uma entrega, é um reconhecimento valoroso para nós’, diz ribeirinha durante entrega do Plano do Rio Araguari
Arlete Leal, de 58 anos, que mora desde que nasceu às margens do Rio Araguari, celebra o lançamento do Plano que garante segurança e o futuro do recurso hídrico.
A ribeirinha Arlete Pantoja Leal, de 51 anos, nascida e criada na comunidade conhecida como “Alto do Araguari”, localizada a 97 quilômetros de Ferreira Gomes, é uma das beneficiárias do Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari (PDBH). O instrumento gestor lançado pelo governador Clécio Luís, garante segurança ambiental e jurídica para investimentos e preservação dos ecossistemas aquáticos.
Representante da Associação de Mulheres Extrativistas Sementes do Araguari, ela administra um coletivo de 60 mulheres que utilizam o rio no dia a dia para o transporte fluvial no trabalho de coleta de frutos e sementes da floresta para a fabricação de biocosméticos produzidos a partir dos saberes da floresta.
“Eu, como ribeirinha nascida e criada às margens desse rio, me sinto feliz por este momento. Aqui também criei meus filhos e agora meus netos. Fazer parte desse momento de saber que agora temos um Plano para cuidar do nosso rio para o futuro, é incrível. Sabemos que não estamos sozinhos, pois no empenho do governador Clécio, vemos compromisso. É mais que uma entrega, é um reconhecimento valoroso para nós”, declarou sorridente e emocionada.
A matéria-prima utilizada na fabricação dos produtos da bioeconomia depende exclusivamente do rio para se espalhar na natureza. No período de cheia do Rio Araguari, sementes variadas de frutos como pracaxi, andiroba, copaíba e fava, quando caem das árvores, são levadas pelas marés para muitos lugares, facilitando a coleta e fertilizando a natureza com novas árvores.
“Precisamos dos rios e das nossas florestas, a natureza é a nossa vida. O Plano que garante esse cuidado com o nosso Rio Araguari nos emociona, é uma vida inteira aqui de quem já passou, de quem está aqui agora e de quem ainda está por vir”, finalizou Arlete
O trabalho artesanal envolve desde a coleta das sementes, até a produção e embalagem para a comercialização. Os produtos incluem sabonetes, óleos envasados, pomadas e velas feitos de andiroba, copaíba, pracaxi, fava e breu branco. São biocosméticos de espécies nativas medicinais, feitos a partir de saberes que transcendem gerações, conhecidos pelos benefícios à saúde e pelo aroma.
Lançado pelo governador Clécio Luís, na última quarta-feira, 25, o Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari (PDBH), é um instrumento gestor que estabelece diretrizes para o uso sustentável das águas, conciliando preservação ambiental e desenvolvimento socioeconômico com foco no bem-estar e atenção especial aos povos tradicionais, indígenas, quilombolas e ribeirinhos.
Entre as lideranças comunitárias e indígenas, Pauri Wajãpi, representante da aldeia Wajãpi do município de Oiapoque, destacou a importância de cuidar da natureza.
“É importante para as comunidades de todo o Amapá, assim como para o nosso povo cuidar dos nossos rios porque a gente precisa e as nossas plantações também precisam”, declarou Pauri.
Bacia do Rio Araguari
Com cerca de 42.710 km², a Bacia Hidrográfica do Rio Araguari é a maior do Amapá, abrangendo cerca de 30% do território estadual. Sua rede hidrográfica inclui os rios Falsino, Amapari, Cupixi, Mutum e o próprio Araguari. A bacia é vital para a geração de energia, abastecendo empreendimentos estratégicos como as usinas hidrelétricas de Coaracy Nunes, Ferreira Gomes e Cachoeira Caldeirão.
Fique por dentro das notícias do Governo do Amapá no ==> Instagram e Facebook.
Siga o canal do Governo do Amapá no WhatsApp e receba notícias em primeira mão!
