Agentes Ambientais Indígenas de Oiapoque contratados pelo Governo do Amapá são linha de frente no combate à praga da mandioca
Cada território conta com o trabalho diário de dois Agamins capacitados, com estrutura oferecida pelo Governo do Estado, garantindo presença constante nas aldeias e roças.

Nas roças das Terras Indígenas de Oiapoque, no Norte do Amapá, um grupo de indígenas com conhecimento tradicional e técnico enfrenta todos os dias uma ameaça silenciosa que tem comprometido a subsistência das famílias da região: a praga conhecida como “Vassoura de Bruxa”, que ataca as plantações de mandioca, base da alimentação e da economia local.
Os Agentes Ambientais Indígenas (Agamins), são filhos da terra, conhecedores dos costumes e da floresta, agora capacitados e contratados pelo Governo do Amapá para atuar diretamente na proteção das lavouras e no fortalecimento das práticas agrícolas sustentáveis. A ação, coordenada pelo Instituto de Extensão Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap), ganhou novo fôlego após a contração de 10 Agamis pelo Governo do Estado.

Os profissionais da terra atuam de forma exclusiva no combate à doença da mandioca nas Terras Indígenas Galibi, Juminã e Uaçá, abrangendo cinco regiões: Rio Oiapoque, Rio Curipi, Rio Uaçá, Rio Urukauá e BR-156.
"O papel deles é insubstituível. Eles falam a língua da comunidade, entendem as práticas locais e têm a confiança do povo. Com essa parceria, conseguimos levar assistência técnica de qualidade, respeitando os saberes tradicionais e ampliando as chances de controle da praga de forma eficaz e duradoura", garante o diretor-presidente do Rurap, Kelson Vaz.
Cada território conta com o trabalho diário de dois agentes indígenas capacitados, com estrutura oferecida pelo Governo do Amapá, garantindo presença constante nas aldeias e roças. A missão é clara e objetiva: identificar precocemente os focos da praga, orientar os agricultores sobre a limpeza correta dos maquinários, o uso de vestimentas adequadas, e, sobretudo, quebrar o ciclo de contaminação que vem se espalhando pelas plantações.
“Estamos lidando com um inimigo que não se vê com facilidade. Por isso, é importante ensinar o povo a reconhecer os primeiros sinais da doença, que são aqueles ramos secos, amarelados e retorcidos, parecendo uma vassoura. Quando isso aparece, já é hora de agir. Nosso trabalho é proteger nossa mandioca, porque ela é vida pra gente. E agora, com o apoio técnico do Rurap, estamos mais preparados”, explica Valderino Forte, Agamin da região de Oiapoque.

O trabalho dos Agamis vai além do campo. Eles participaram de aula de capacitação oferecida pelo Rurap, com o apoio da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater). Na formação, os agentes receberam instruções práticas e teóricas sobre como atuar de forma segura e eficiente, considerando as particularidades das roças indígenas.
Apesar dos avanços, o trabalho não é fácil. Os Agamis têm desafios diários, como o deslocamento entre aldeias distantes, muitas vezes acessíveis apenas por rios ou trilhas de difícil acesso.
“A gente não desiste, orientamos, ajudamos a limpar, e volta depois pra ver se o ensinamento foi seguido. Isso leva tempo, mas é assim que se faz uma mudança de verdade”, relata o Agamin Vanderson da Silva.

Programa
Com duração inicial de 15 meses, o programa dos Agamis é uma iniciativa estratégica do Governo do Estado que visa não apenas o controle da praga, mas também a valorização dos saberes indígenas e a promoção da autonomia das comunidades. Em cada orientação prestada, em cada raiz saudável colhida, há um elo entre a tradição e a ciência sendo fortalecido.
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