Escola Estadual Antônio Bráulio vai oferecer ensino técnico para comunidades quilombolas do Mel da Pedreira, em Macapá
Obra histórica deve atender até 300 alunos e fortalecer ensino profissionalizante na zona rural.

Dando continuidade às ações de fortalecimento da educação quilombola no estado, o Governo do Amapá acompanha o andamento das obras na Escola Estadual Quilombola Antônio Bráulio de Souza, localizada na comunidade do Mel da Pedreira, na zona rural de Macapá. A Coordenadoria de Educação Específica (Ceesp) da Secretaria de Estado da Educação (Seed) realizou uma visita técnica na obra, que possui investimento de R$ 1,1 milhão, e está sendo executada com recursos dos governos Federal e do Amapá.
A reconstrução da unidade avança com a promessa de transformar o cenário educacional da região. A obra contempla a construção de uma nova escola com estrutura moderna e funcional, que vai atender desde o ensino fundamental até o médio técnico, beneficiando centenas de estudantes de comunidades quilombolas vizinhas. A intervenção faz parte do compromisso do Governo do Amapá com a reparação histórica e a valorização da educação específica. Iniciada em maio, previsão de conclusão é para novembro desse ano.

Ensino técnico com base na realidade local
Segundo a gestora da escola, Susi Cabral, a nova estrutura vai permitir que a unidade atenda entre 200 e 300 alunos, ampliando o acesso à educação em áreas como Tessalônica, Ariri, Ressaca da Pedreira, Ilha Redonda, Abacaxi da Pedreira, Campina Grande e outras localidades que ainda não contam com ensino técnico.
“A nossa expectativa é atender não só os alunos do Mel da Pedreira, mas também jovens de comunidades vizinhas que hoje precisam se deslocar longas distâncias. Com a nova escola, eles vão ter acesso ao ensino profissional aqui mesmo”, destaca Suzi, que também é moradora da comunidade.

A ideia é ofertar cursos voltados à vocação econômica da região, como avicultura, piscicultura, suinocultura e mandiocultura. As aulas práticas serão realizadas em parcerias com produtores locais, sem necessidade de grandes estruturas extras.
“A própria comunidade já conta com granjas e espaços produtivos, o que fortalece o ensino técnico com base na vivência dos estudantes. Eu mesma fui aluna da escola, estudei até a 4ª série e precisei ir para a cidade. Hoje, com essa obra, os estudantes vão sair do ensino básico já com uma formação técnica e profissional. Isso é inédito para a nossa comunidade”, relatou Suzi, emocionada”, completou a diretora.
Estrutura completa e inédita na região
O novo prédio contará com seis salas de aula, espaço de convivência, copa, área de serviço, diretoria, secretaria, sala de descanso para motoristas e professores, além de um alojamento para os docentes com quartos, sala e cozinha para acolher os profissionais que atuam em regime modular ou que não residem na região.
A construção também gera impacto direto na economia local, com a contratação de moradores para o canteiro de obras. Segundo a diretora, todos os trabalhadores são da comunidade, o que reforça o papel social da obra.
O coordenador de Educação Específica da Seed, Emerson Ramos, reforçou que a reconstrução da escola faz parte de uma política de reparação histórica do Governo do Amapá, com foco na educação quilombola.
“Essa é a terceira escola reconstruída nessa linha. A obra do Mel da Pedreira é simbólica. O governo do Estado têm se comprometido com ações concretas para garantir estrutura e qualidade de ensino nos territórios quilombolas, para alunos, professores, para desenvolver a educação com qualidade. E o Antônio Bráulio será um polo importante para a formação desses jovens”, afirmou Ramos.

A obra também está inserida na Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNEERQ), instituída pela Portaria n. 470 de 14 de maio de 2024, que busca fortalecer o ensino nas comunidades tradicionais com foco em inclusão, infraestrutura e valorização cultural e a promoção das políticas educacionais para a população quilombola.
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